NALDOVELHO
Tira o dedo da ferida,
tira as lascas de unha
cravadas em minhas costas,
pois toda a vez que você chama,
doem e inflamam.
Tira os espinhos da roseira,
que vieram com a flor primeira,
eles arranham e sangram!
Tira o esqueleto do armário,
o amuleto do pescoço
e aquele retrato amarelado
da cabeceira da cama.
Tira as carpideiras da sala,
de chorar já tão cansadas,
por conta de tantas partidas.
Aproveita, apaga o meu nome
da pedra fria e empoeirada
por tanta espera desiludida.
Tira o vestido preto
e o solidéu circunspeto
que você costuma usar.
Tira?
Tira as farpas que por tanto tempo,
sem nenhum constrangimento,
você lançou sobre mim.
Tira o trinco da janela,
chama o sol pra bem perto,
arruma de vez sua cama
e sorria que a vida se assanha,
você nem vai acreditar!
Maravilhoso, magistral, tocou fundo em mim, meu amigo, poeta nas mais profundas entranhas, bjs
ResponderExcluirEnfim liberte-se de ti e livre-se de mim,e desate os nó que nos uniu...
ResponderExcluirUm lindo poema que clama pela libertação e pela pureza do espirito maculado por sentimentos impuros.Como sempre adorei!
Grata pela partilha !Parabéns sempre meu Poeta!
Uau...beleza pura...fecho de ouro! Bom fim de noite...abreijos, guida
ResponderExcluir"Tira as farpas que por tanto tempo,sem nenhum constrangimento, você lançou sobre mim"...colocando mesmo o dedo na ferida, hein amigo? Maravilhoso, como sempre, meu amigo Naldo Velho! A-d-o-r-e-i de montão. Abraço carinhoso
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