NALDOVELHO
Tardes frias de julho, cidade nublada,
chuva miúda, molhadas as ruas,
vento inconveniente traz cisco no olho,
traz lágrima discreta que é pra ninguém notar.
São quase seis horas, passadas das doze,
na noite que chega nostalgia aumenta,
o sinal está fechado e o trânsito engarrafado,
e por mais que eu queira, não consigo chegar.
Os versos que eu tento, espremidos, grudentos,
só falam de coisas deixadas pra trás,
revolvem lembranças doídas demais.
A chuva aumenta e inunda as ruas,
já são oito horas, passadas das doze,
encharcado por fora, securas por dentro
e os versos que eu tento recusam o caminho,
conspiram rebelados a favor da saudade,
denunciam a distância, você está tão longe,
por mais que eu tente não consigo esquecer.
São quase dez horas passadas das doze,
já não mais engarrafado nesta cidade truncada,
já não chove e o cigarro queima entre os dedos.
Queria parar de fumar, mas não sei como!
:) maneiro, principalmente as primeiras estrofes. Gosto de imagens que nos transmitem sensações.
ResponderExcluirLindo, amigo! Repleto de paixão, de vida, do cotidiano, das tristezas, mas sempre acompanhado da mais doce poesia. Valeu, amigão! Forte abraço pra vc, Naldo Velho.
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