sexta-feira, 19 de agosto de 2011

NO ACONCHEGO DO TEU SER


   NALDOVELHO

   Quando o bico do teu seio
   atrevido sob a camisa
   transpassa o tecido
   e aguça os meus sentidos,
   como manter o equilíbrio?

   Como evitar o olhar
   diante da tua pele em chama?
   Como preservar a calma,
   se és fogo que incendeia
   e traz pra perto o perigo,
   e o que fica é só o desassossego?

   Quando o outro bico,
   esse não tão atrevido,
   mais pra dissimulado,
   escondido na tocaia
   à espera do inimigo
   dá a perceber seu intento,
   como esconder o desejo
   diante de tão cálida imagem?

   Se me olhas assim de soslaio
   e me mostras um carinho, um atalho,
   como conter os meus passos
   se tu me ofereces o abrigo?

   Se é quente o colo que me espera,
   se é doce o veneno, a peçonha,
   como beber no teu corpo
   e não morrer de prazer?

   Ah criatura estranha!
   Que respira tão perto e se assanha,
   que tece tuas teias de aranha,
   que escraviza e me faz renascer.

   Ah! Se eu pudesse
   me despariria em ti por inteiro,
   só para viver protegido
   no aconchego do teu ser.

9 comentários:

  1. bellos versos nos regala tu alma dulce de poeta, infinitas gracias por hacernos participes de ellos, un besin de esta amiga admiradora que te desea con cariño feliz inicio de semana.

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  2. Há uma canção brasileira que diz: " que seja assim por toda a vida..."
    É, meu amigo. Que possa sempre disfrutar desse aconchego feito poema.

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  3. NALDOVELHO


    When the nib of your bosom
    Cheeky on the shirt
    traverses the tissue
    and sharpens my senses,
    How to keep the balance?


    How to avoid the look
    before your skin in Flash?
    How to preserve calm,
    If you are a fire that burns down
    and brings to near the danger,
    and what remains is only the unrest?


    When the other nozzle,
    This not so saucy,
    more to concealed,
    hidden in it lurks
    waiting for the enemy
    gives to carry out your intent,
    How to hide a desire
    before so warm image?


    If you are looking at me so askance
    and shows me a caring, a shortcut,
    How to contain my steps
    If you me you shelter?


    If it is hot the lap waiting me,
    If it is sweet poison, venom,
    How to drink in your body
    and not die of pleasure?


    Oh strange creature!
    That breathes so close and if to excite,
    Weaving your cobwebs,
    that enslaves and me rekindles.


    Ah! If I could
    It would shoot me whole
    just to live protected
    in the cosiness of your being.

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  4. Que lindo...desejoso...amante.
    Amo poemas assim, carregado de sensualidade.
    Parabéns!
    Espetacular.
    Amei de verdade e muito.
    Uma bela noite.
    Abraços.

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  5. Lindo... em meio ao trabalho me atrevi e me dei o luxo de deixar-me levar pelas rimas envolventes deste magnífico autor... Deixastes meu dia mais ameno.. Obrigado, querido Blogueiro.

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  6. DANS L'AISE DE VOTRE ÊTRE



    NALDOVELHO


    Quand le bec de votre sein
    quand il a osé sur la blouse
    il traverse du tissu
    et il aiguise ma raison,
    comment maintenir la balance ?


    Puisqu'il évitera le coup d'oeil
    avant votre peau sur le feu ?
    Puisqu'il préservera le repos,
    si vous êtes un feu qu'il met allumé
    et il apporte à près du danger,
    et est qu'est-ce qui est seulement le fait d'inquiéter ?


    Quand un autre bec,
    pas si effronté qu'un,
    plus pour caché,
    caché dans l'embuscade
    l'attente de l'ennemi
    il laisse réalisent votre intention,
    puisqu'il cachera le désir
    auparavant ainsi l'image chaude ?


    Vous me louchez ainsi
    et vous me montrez une tendresse, une coupe courte,
    Je mange pour contenir mes pas
    si vous m'offrez l'abri ?


    Si là est chaud les genoux qui m'attendent,
    on est doucement le poison, le poison,
    puisqu'il boira dans votre corps
    et ne pas mourir du plaisir ?


    Créature oh étrange!
    Qu'il respire ainsi près et est excité,
    ce qui tisse vos toiles d'araignée,
    qu'il assert et me fait être né à nouveau.


    Ah! Si je pourrais
    Il me tirerait le tout
    juste vivre protégé
    dans le confort de votre être.

    Traduit en Français par Marlene Nass.

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  7. Pelo pouco que entendo da arte poética, velho e bom Naldo, você é o tal que a gente só não diz abertamente porque o mundo é cheio de gente que se acha a tal sem ter quase nada de tal, enquanto você é tal total. De mais a mais, diminuir os outros não irá lhe multiplicar, é apenas uma certa indignação por sabê-lo um gigante sem a devida divulgação, acho, pois colocar em minha página uma das suas pérolas, confesso que estou à altura, apesar de me sentir honrado. Envolvente o seu poema, a mulher que você retrata é aquela que levanta até defunto, é essa a sensação que passa para a gente, um mulherão, e pena que o desfecho é desanimador, Poeta! Mas a sua poética magistral é capaz de passar por cima até dos sentimentos mais doídos, transcendê-los, enfim. Parabéns, como sempre, é pouco, mas é sincero.

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  8. Que coisa mais linda, Naldo, pela primeira vez leio um poema seu com viés erótico, maravilhoso, obrigada pela poesia de hoje, bjs

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