sexta-feira, 16 de setembro de 2011

MEUS VICIOS (LUZ E SOMBRAS)


   NALDOVELHO

   Viciado em colher madrugadas,
   em veneno de lua cheia e exibida,
   em cantigas que questionem a vida,
   em beira de mar em noite de maré cheia,
   em gotas de orvalho injetadas nas veias.

   Viciado em colher poesia,
   por ruas, ruelas, becos estranhos,
   quartos sombrios, camas vadias,
   por colos, perdi a conta de quantos,
   só lembro das vezes em que o meu corpo sangrou.

   Viciado em colher nostalgia,
   em beber da mais pura aguardente,
   em chorinhos viscerais e profanos,
   em boleros que sejam cubanos,
   não canso de dizer que sou assim!

   Viciado em dizer que te amo!
   e que ainda hoje depois de tantos anos,
   ainda escrevo poemas,
   ainda sofro desta maldita insônia,
   saudade doída que não me deixa esquecer.

3 comentários:

  1. É, Poeta, além do cigarro também tenho vícios.
    Como o cigarro, é difícil trabalhá-los.
    Que bom que você os declina nesta poesia.
    Ameniza minha sina!
    Parabéns pela belíssima e contundente poesia;contundente para mim neste momento de vida.

    ResponderExcluir
  2. Passei Por Aqui,
    Pétalas De Sua Lindas Lavras Colhi,
    E Feliz A Aplaudir, Sorridente Parti,
    Deixando Meus Calorosos Aplausos Poéticos A Ti...

    ResponderExcluir