sábado, 3 de setembro de 2011

VERSOS ETÍLICOS


   NALDOVELHO

   Palavras trôpegas, embriagadas,
   espalhadas pelo chão do quarto,
   vomitam no tapete, mijam no pé da cama,
   gritam significados e estragos,
   insistem em construir poemas,
   versos etílicos, desconexos,
   mistos de dor, loucura e valentia,
   cismam em revelar segredos,
   riem debochadamente dos meus medos,
   desobedecem regras e rimas,
   desafiam o tempo do verbo,
   e choram a falta da mulher amada,
   e a nostalgia colhida nas madrugadas,
   na solidão que sobrevive às horas,
   alcoólatras confessos que somos
   viciados em falar do abandono.

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