NALDOVELHO
Palavra espinhosa de umbigo
é esta tal de nostalgia,
vive de contaminar meus
versos,
encharca de orvalho poemas
inteiros
e ainda traz consigo cheiro
de terra molhada
em tardes chuvosas de inverno,
dedilhar no piano um bolero,
veneno de lua cheia, canto
ardido de sereia,
noites inteiras passadas em
claro,
vontade de fumar um cigarro,
ou de tomar um bom gole de
aguardente,
e ainda tem gente que diz que
não teme
palavras que arranham e
choram.
Palavra mais estranha
é esta tal de nostalgia,
vive de ressuscitar o passado,
mantém nos guardados
lembranças, estragos,
lembranças, estragos,
retratos amarelados, cartas,
bilhetes,
lágrimas indecisas que dos
olhos não caem,
um certo perfume que ainda
mora em meus dedos...
Já fiz tudo pra me livrar,
mas ele teima em assombrar.
E ainda tem gente que diz que
não teme
cicatriz que volta e meia
incomoda
e na mudança de tempo costuma
sangrar.
Parabéns poeta!!!Mais uma beleza!
ResponderExcluirMarília Pacheco Ribeiro