sábado, 3 de setembro de 2011

O HOMEM QUE OBSERVAVA O HORIZONTE

   NALDOVELHO

   O homem que observava o horizonte
   trazia consigo um sorriso,
   meio assim sem juízo,
   dizia ser apadrinhado dos ventos
   e que ao amanhecer gostava
   de caminhar pelas margens de um rio,
   e de conversar com as águas que iam
   desaguar nos intestinos daquela cidade.

   O homem que observava o horizonte
   cantava o canto dos pássaros,
   que de tão assemelhado se dizia
   que ele voava e ninguém via,
   juravam até terem lhe visto as penas
   que ao anoitecer brilhavam,
   quando a lua surgia do ventre
   de um vale que por lá existia.

   O homem que observava o horizonte,
   quando a noite ia alta,
   sossegava no canto de uma tapera
   lá pras bandas da cidade velha,
   e então cantava o canto dos loucos
   que diziam morrer de saudades,
   e ensinava a escrever poesia
   nas pedras que por lá existiam...
   Cantos de amor e de dor.

7 comentários:

  1. Cara! Sem palavras... Qualquer que eu tente profirir, escrever, descrever, digitar, vomitar, abortar... Pairam no céu... Céu da minha boca muda!!! Precisamos encontrar uma maneira de eu ter, em mãos, o teu livro. BRAVO!!!

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  2. Impressionante, exato, de tirar o fôlego, Naldo Velho!

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  3. Mesmo que eu quisesse,
    Um dia tentar escrever,
    Da maneira inspirada que tens,
    Ouviria o som do silêncio, pois diante de ti eu sou...
    Dilson Dantas

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  4. Lindíssimo e de uma sensibilidade indescritível. Amo seus poemas, você sabe disso, mas se comentasse a cada um deles iria me tornar repetitiva e por isso curto-os com grande admiração.
    Obrigada meu amigo!
    Abraços
    Vânia

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  5. Lindo poema, meu amigo. Parabéns. Abraço.

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