sexta-feira, 9 de setembro de 2011

NÓ CEGO


   NALDOVELHO

   As horas tão lentas, a janela entreaberta,
   a porta do quarto, faz tempo, fechada
   e em cima da mesa um monte de papeis,
   rascunhos de versos, idéias desencontradas,
   solidão, nostalgia, insônia e inquietude...
   Coisas sem importância!

   O cinzeiro lotado, ainda cabe um cigarro,
   uma xícara de café, doce e encorpado.
   Lá fora é outono, aqui dentro chove...
   Não consigo entender, o sol se recusa a nascer!
   E o coração aprontando, ao contrário das horas,
   num ritmo apressado, agora chove lá fora,
   meus olhos já não choram, estiagem de sonhos,
   os cortes cicatrizados, nada que eu possa fazer!

   Madrugada emperrada e o inverno aprisionado,
   e um sol de preguiça esboça um movimento.
   Calçadas e ruas molhadas, chuva fina de junho
   e a vida presa num embrulho, nó cego,
   que eu não consigo desfazer!

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