NALDOVELHO
Vontade de construir caminhos
que me levem aos mais íntimos recantos,
que revelem a origem da dor
que até hoje não se permitiu ao pranto,
e que desvende de uma vez o mistério
da inquietude que assola minha alma.
Vontade de observar lá dentro,
de abrir, uma por uma, as portas,
de destrancar armários, gavetas,
de violar segredos sagrados,
e expor à luz do sol meus guardados,
coisas que eu nem sei mais como são.
Vontade de expulsar fantasmas,
calar de uma vez os demônios
que adoram sussurrar heresias,
que vivem e se alimentam de sombras,
e insistem em negar o amor que eu sinto,
ao dizer que é tudo bobagem.
Vontade de pulverizar meus medos,
de liquefazer palavras espinhos,
vontade de voltar a ser menino,
de pedir sua benção antes de dormir,
e ao amanhecer poder fazê-lo de novo...
Quem sabe você possa me perdoar?
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