quinta-feira, 15 de setembro de 2011

DEDICADO A VOCÊ (LUZ E SOMBRAS)

      NALDOVELHO

      Pernas e braços aprisionam, são laços.
      Abraços tão cálidos, tão ternos, tão fartos.
      As falhas, as fendas, as marcas, as sardas,
      escalar a montanha em busca de abrigo;
      as farpas, escarpas, precipícios, perigos,
      a sede e o fogo, nascente de um rio.

      Se eu mergulho me afogo, me acabo em seu cio.
      As folhas, as flores, afiados espinhos,
      o sonho e a seiva, alimentar o menino,
      cicatrizar os seus cortes, curar suas dores.
      Seus olhos bordados, tão verdes, felinos,
      a forja de um homem se fez em seu colo.

      Faca afiada sangra o chão do seu quarto,
      o sangue que escorre, se esvai em silêncio,
      a lágrima que eu choro, saudades que eu tenho,
      a forja de um homem se fez pela dor.
      Não feche a janela, deixe a porta entreaberta,
      permita que eu fique silencioso ao seu lado.

      Sua pele macia, seus seios, seu ventre,
      seu cheiro é veneno que embriaga e vicia.
      Seu beijo molhado, suas coxas tão quentes,
      a forja de um homem se fez no prazer
      de estar protegido, de estar sossegado,
      de ter o carinho aconchegado em seu colo,
      de ter a beleza preservada neste templo,
      corações apaixonados, solo consagrado
      ao amor que eu sinto por quem hoje eu tenho.

      Este é mais um poema dedicado a você.

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