sábado, 3 de setembro de 2011

CASA SOMBRIA

   NALDOVELHO

   Uma casa sombria, se bem me lembro...
   Minha mãe chorava, mesa da sala,
   revista Grande Hotel rasgada,
   e eu não entendia...

   Já faz muito tempo!
   Mamãe foi embora, meu pai foi antes...
   E quando foi já não rasgava revistas,
   era um homem triste e não sabia,
   era um homem distante e não entendia.

   Às vezes eu ainda sonho:
   casa sombria, quintal mal cuidado,
   porta da sala encostada, e a do quarto trancada.
   Em meu sonho eles ainda moram lá!

   Minha mãe na mesa da sala,
   revista Grande Hotel aberta,
   fotonovela, romance...
   Meu pai no bar da esquina,
   ele ainda é um homem distante,
   ainda não entende a poesia.

4 comentários:

  1. Mas nessa casa sombria, uma forte luz brilhava, um grande Poeta crescia.
    Adoro os teus poemas, querido amigo.

    Fraterno abraço,
    Maria

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  2. Que lindo, Naldo, como é bom lembrar de nossos pais e fazer poesia, parabéns, bjs

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  3. É amigo Naldo, este homem que povoa suas lembranças, mesmo em sua rudeza foi capaz de fazer um homem de alma sensível como você. As lembranças perpetuam nossa história. Bjus, amigo

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  4. SÓ PARA NÃO SER REPETITIVO VOU ME REPETIR , EXCELENTE ,MUITA SENSIBILIDADE , UMA FORMA POÉTICA DE DESCREVER UM PASSADO . DILSON DANTAS

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