quinta-feira, 15 de setembro de 2011

AVASSALADORA AUSÊNCIA (LUZ E SOMBRAS)

   NALDOVELHO

   Gotas de suor brotam do seu corpo,
   da sua pele branca...
   Embriagadora presença,
   avassaladora ausência.

   A sensação da sua pele lembra seda macia,
   os seus seios fartos...
   Se continuar lembrando eu infarto,
   mas não consigo parar!
   Parar de amar é um castigo
   que eu não quero me imputar.

   Só me resta mergulhar neste rio,
   afogar-me em seu colo,
   só para respirar o seu cheiro,
   só para fazer você me respirar.

   E o que eu faço com o desejo
   de sentir em minhas mãos os seus pêlos?

   Se você deixar, eu me aquieto,
   se você deixar eu penetro
   em seu quarto, em seu leito, em seu corpo.
   Instalo-me, de um jeito, assim abusado
   e fico sendo sua cicatriz preferida,
   que vai arder, vai doer, vai incomodar,
   só para que você não se esqueça
   que toda a vez que eu choro,
   choro a dor dos poetas,
   choro feito criança,
   choro de saudades, confesso!
   Pois já não existe remédio
   que possa curar o que eu sinto.
   Se inventarem um, eu não tomo,
   senão pode vir o mal do abandono
   e a esse, certamente,
   só vai me restar morrer de tanto amor.

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