NALDOVELHO
Não
importa que as portas
continuem
fechadas,
não
importa que as ruas
permaneçam
desertas
e
que o caminho seja coisa incerta;
o
rumo que eu traço
será
sempre de solidão.
Não
tenho medo
das
noites frias de inverno,
tão
pouco de lua magrinha
em
quarto minguante;
a
cantiga que eu trago comigo
será
sempre a cantiga mais bela
de
quem desafiou o destino
em
busca de compreensão.
E
não me venham
com
coisas ditas à-toa,
sou
um bardo por escolha,
alguém
que navega em tormentas,
que
a cada dia naufraga
e
ressurge do outro lado do rio,
e
semeia vivências, sementes intensas,
de
frutos havidos ardidos,
de
ervas, essências, remédios,
pois
assim se justifica o poeta:
tantas
verdades insurrectas
e
tanta inquietude em meu canto.
Há
de haver quem se interesse,
e
ainda que não saibam o meu nome,
terei cumprido a missão.
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