MINHA
POBRE E TUMULTUADA AUTOBIOGRAFIA NÃO
AUTORIZADA
As
páginas daquele livro contam a minha história. Não exatamente como se deu, mas
como o poeta inventa que aconteceu. É a minha autobiografia não autorizada, foi
o NALDO VELHO quem escreveu e ele irônica e convencidamente ainda afirma:
Ronaldo, você não é uma pessoa interessante, só o que eu escrevo é!
Assim que nasci, abriu um sol cristalino e a vida
estava consumada, e Nanã abençoou.
Filho de operários, infância pobre, pés descalços,
moleque de rua, morei em favela (antigamente chamava morro!). Adolescente
problema, tipo desajustado, caí na vida muito cedo, a primeira vez aos
quatorze; exuberante priminha, quase fui violentado, mas no final ela teve pena
e me tratou com cuidado.
Estudante brilhante, escolas públicas da vida, aos
dezoito, subversivo... Levei até porrada! Minha mãe, também comunista... Depois
virei anarquista, nos dois sentidos, é claro!
Sempre fui um artista, a música e a poesia a gritar
dilaceradas, por ser eu alguém tão descuidado que a sério nada levava e que não
honrava seu dom.
Mergulhei bem fundo aos vinte, muitas ervas,
viagens, por quatro anos drogado, depois, parei assustado, ao ver e falar com
seres estranhos, engraçados...
Muita inquietude presente, muita cachaça,
aguardente, alcoólatra confesso dos vinte e quatro aos quarenta, e aí parei de
repente: pancreatite, cirrose, quase morri ou me matei... Melhor nem pensar!
Alguma coisa lá dentro me deu força e eu retornei, só pra mostrar pra esta
gente, o quanto é duro matar quem já nasceu coroado.
Algumas mulheres importantes ensinaram tudo o que
eu sei. Grandes e maravilhosas guerreiras, angelicais, feiticeiras, mestras,
protetoras e parceiras, responsáveis na minha vida por muita dor e prazer.
Casado faz mais de 30 anos, grande mulher, dedicada, uma filha geneticamente
inquieta e com a mesma herança de santo! Muitos bichos, minhas plantas, um LAR.
Hoje um ser mais ou menos apaziguado, um espírita
por suas crenças, e que apesar de tudo se considera um homem sem fé. Parece
incoerência? É não! É que a crença é filha da compreensão.
Vários concursos públicos, em dois eu passei. A
Refinaria foi uma escola, lá vi a morte de perto! Depois virei bancário,
gerente de conta e de gente, mas muito mais de gente; um profissional
conceituado que por ter optado pelas pessoas foi considerado ultrapassado.
Ainda bem que chegada à hora, me aposentei.
E aí, foi só mergulhar nesta que é a minha melhor
viagem: música, poesia e meus quadros. Sem esquecer das pessoas, pois quero
continuar a me dedicar a tudo aquilo com o que eu sempre sonhei.
As entidades que me trouxeram ainda hoje estão ao meu
lado! Belas, amigas e responsáveis por toda a força que eu tenho, por tanta
compreensão conquistada e desconfio seriamente, por alguns belos poemas que
pela graça de Deus eu fui capaz de escrever.
Mais não posso dizer! Muitos segredos guardados,
alguns, eu transformo em poemas, outros ainda cristalizados, a espera que eu
possa trazer às pessoas as coisas boas que aprendi ao viver.
NALDOVELHO
NALDOVELHO
Muitas palmas de pé, meu caro amigo
ResponderExcluirbravíssimo
Carlos Orfeu
Poeta
ResponderExcluirEstou sempre a lhe aplaudir
denise moura