terça-feira, 2 de agosto de 2011

COMO UM CACHORRO QUE CORRE ATRÁS DO RABO

   NALDOVELHO
   
   E aquela casa permanece em meus sonhos... 
   Paredes emudecidas de onde brotam lágrimas, 
   suores, odores, pequenos espasmos, 
   demonstrações de dor. 
   Sala, dois quartos, cozinha e banheiro, 
   tudo envolto em sombras. 
   
   Assoalho de madeira carcomido pelo tempo,
   e a cada passo um gemido, respiração afrontada, 
   e eu olho para cozinha e imagino escutar sua voz,
   revista Grande Hotel aberta, olhar triste, solidão.
   - Deus o abençoe filho, não chegue tarde!
   
   É como se a casa ainda existisse, 
   e parte de mim, por lá, teimasse em permanecer. 
   É como se eu fosse uma criança, 
   que um dia saiu de casa e não conseguiu mais voltar.
   
   Sua benção mãe, sua benção pai! 
   E de dentro dos meus sonhos o silêncio responde
   que já faz um bom tempo vocês não mais moram ali.
   
   Rua Santo Cristo nº. 64, fundos, segundo quarteirão 
   à direita de quem sobe, portão de madeira, corredor estreito,
   e como um cachorro que corre atrás do rabo,
   volta e meia eu sinto saudade, me vejo caminhando sozinho 
   e volto para o mesmo lugar. 


   LIKE A DOG THAT RUNS BEHIND OF TAIL
   NALDOVELHO

   And that House remains in my dreams ...
   Muted walls from which sprout tears,
   sweating, odors, small spasms,
   demonstrations of grief.
   Living room, two bedrooms, kitchen and bathroom,
   all wrapped in shadows.

   Moth-eaten wood floor,
   and every step a whimper, breathing affronted,
   and I look to kitchen and I hear your voice,
   Grand Hotel opened, look magazine sad, loneliness.
   -God bless the child, do not arrive late!

   It is as if the House still exist,
   and part of me, over there, teimasse in stay.
   It is as if I were a child,
   that one day out of the House and failed to return.

   His mother, his father's blessing blessing!
   And inside of my dreams the silence responds
   that already makes a good time you no longer live there.

   Street Saint Christ No. 64, funds, second block
   trailing who climbs, wooden gate, narrow corridor,
   and like a dog that runs behind of tail,
   back and half I feel homesick, I find myself walking alone
   and come back to the same place.

   Translation for English by Marlene Nass.

   COMME UN CHIEN QUI COURT DERRIÈRE DE LA QUEUE
   NALDOVELHO

   Et cette Maison reste dans mes rêves...
   Les murs tempérés dont la pousse se déchire,
   le fait de suer, les odeurs, les petits spasmes,
   démonstrations de chagrin.
   Le salon, deux chambres à coucher, la cuisine et la salle de bains,
   tout d'emballé dans les ténèbres.

   Étage mangé de mite de bois,
   et chaque pas un gémissement, en respirant offensé,
   et je compte sur la cuisine et j'entends votre voix,
   Le Grand Hôtel a ouvert, regarder le magazine triste, la solitude.
   - Dieu bénit l'enfant, n'arrivez pas en retard!

   Il est comme si la Maison existe toujours,
   et la partie de moi, à cet endroit, teimasse dans le séjour.
   Il est comme si j'étais un enfant,
   cela un jour de la Maison et raté pour revenir.

   Sa mère, la bénédiction de bénédiction de son père!
   Et à l'intérieur de mes rêves le silence répond
   cela fait déjà un temps bon que vous ne vivez plus là.

   Le Saint de la rue Christ No 64, les fonds, le deuxième bloc
   le suivant qui grimpe, la porte de bois, le corridor étroit,
   et comme un chien qui court derrière de la queue,
   en arrière et la moitié je me sens nostalgique, je me trouve en marchant seul
   et revient au même endroit.

   Traduit en Français pour Marlene Nass.

8 comentários:

  1. Que lindo, recordações sempre viram belas poesias!

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  2. Não conheço saudade mais doce do que da velha casa de infância, jardins, quintais e nossos pais....belezura de poema....abreijos, guida

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  3. Lembranças...lembranças que jamais se apagarão! Essas recordações sempre ficarão cravadas,incorporadas a nossa existência. Nunca deixarão de existir... com vc... comigo... e com quem tem amor as suas raízes. Sou como vc poeta, cheinha de lembranças. Tenho escondida na memória e no coração, uma linda casinha onde vivi minha infância! Amei, Naldo Velho! Fantástico...como sempre! Abraços

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  4. Que lindo meu amigo!!!Quanta saudade e ternura, neste poema feito de lembranças de um lugar que sempre nos marca;-a casa da nossa infância, a casa onde nascemos e crescemos para o mundo!!!Parabéns meu amigo pelo poema e gravura, é lindíssima!! Obrigada pela partilha!! Bjos

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  5. Doce lembranças amigo,sempre deixamos um lugar onde vivemos por um certo tempo,mas nunca esquecemos é como uma marca que fica em nós,abraço Naldo Velho

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