terça-feira, 2 de agosto de 2011

DAS INCAPACIDADES

   NALDOVELHO

   E as pessoas insistem
   em navegar no mesmo barco.
   Eu que nem sou marinheiro,
   fico aqui assoreado,
   velha embarcação num braço de rio,
   mareado pela força das águas,
   incapaz que sou de naufragar.

   E as pessoas insistem
   em falar a mesma linguagem.
   Eu que nem sou poeta,
   abraço o poema que me assombra,
   em versos castiços quem nem são lidos,
   tolices que trago comigo,
   incapaz que sou de sonhar.

   E as pessoas insistem
   em acreditar na mesma bobagem.
   Eu que não sou um homem de fé,
   me abraço a um emaranhado de fatos,
   teimo em buscar nisto um sentido,
   uso a inquietude como abrigo,
   incapaz que sou de me harmonizar.

   E as pessoas insistem
   em morrer a mesma morte.
   Eu que já morri mil vezes,
   abraço a incerteza do caminho,
   cismo de percorrer solitários atalhos,
   piso em falso, escorrego e caio,
   incapaz que sou de me apaziguar.

9 comentários:

  1. Meu amigo, como é bom conhecer o viver, e saber as direções dos ventos.Eu compreendo teus entir, são momentos de buscar, busca do entender...bjos no teu coração.

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  2. Vamos seguir por aí buscando o que nos falta, vamos atrás das nossas inquietudes, vamos correr em busca dos sonhos....mesmo isso nos custe marcas pela vida!!! Adorei, poeta! Carinhoso abraço Naldo Velho.

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  3. Boa noite amigo...muito bonita.. esta incapacidade que tu, aqui descreves e que todos temos...vontade de nos harmonizar,para entendermos o caminho e deixarmos para trás as incertezas, que nos atormentam. Muito bom mesmo...beijitos de <3<3

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  4. PORQUE SOU POETA

    conheço esse
    gosto
    forte
    fatal quase
    quanto a
    morte
    tentativa
    calmante de
    sonhos

    vez que
    outra
    penso
    distante feito nuvem que
    passa e
    fica
    apenas
    o
    gosto

    (
    mas sou
    poeta e
    posso
    morrer em vida quantas
    vezes me
    for
    necessário
    )

    - Graça Carpes -

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  5. Insistir sempre e buscar constantemente.Isso é viver!
    Um abraço
    Rosemary Quintas

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  6. OF THE INCOMPETENCE

    NALDOVELHO


    And the persons insist
    in sailing on the same boat.
    I that I am not even a sailor,
    I stay here filled,
    old vessel in an arm of river,
    stained of the necessity of the waters,
    incompetent that it am of being wrecked.


    And the persons insist
    in speaking the same language.
    I what I am not even it poetizes,
    I hug the poem that astonishes me,
    in pure verses whom they are not even read,
    stupidities what I bring with me,
    incompetent that it am of dreaming.


    And the persons insist
    in believing in the same silliness.
    I that I am not a man of faith,
    I hug myself to a tangle of facts,
    I insist in looking in this for a sense,
    I use the anxiety like shelter,
    incompetent that it am of coinciding.


    And the persons insist
    in the same death dies.
    I that I died already thousand times,
    I hug the uncertainty of the way,
    I insist on going through lonely short cuts,
    in I falsify floor, slip and fall,
    incompetent that it am of appeasing me.

    Translated into English by Marlene Nass.

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  7. DE l'INCOMPÉTENCE

    NALDOVELHO


    Et les personnes insistent
    dans la navigation sur le même bateau.
    Je que je ne suis pas même un marin,
    Je reste ici rempli,
    le vieux vaisseau dans un bras de fleuve,
    taché de la nécessité des eaux,
    incompétent qu'il a d'être détruit.


    Et les personnes insistent
    dans le fait de parler la même langue.
    Je que je ne suis pas même cela poetizes,
    Je rase le poème qui m'étonne,
    dans les vers purs qu'ils ne sont pas même lus,
    les stupidités que j'apporte avec moi,
    incompétent qu'il a de rêveurs.


    Et les personnes insistent
    dans le fait de croire en même sottise.
    Je que je ne suis pas un homme de foi,
    Je me rase à un enchevêtrement de faits,
    J'y insiste dans le regard pour un sens,
    J'utilise l'anxiété comme l'abri,
    incompétent qu'il a du fait de coïncider.


    Et les personnes insistent
    dans la même mort meurt.
    Je que je suis mort déjà un mille de temps,
    Je rase l'incertitude de la voie,
    Je tiens à passer par les coupes courtes seules,
    dans je falsifie l'étage, l'erreur et la chute,
    incompétent qu'il a de l'apaisement de moi.

    Traduit dans Français par Marlene Nass.

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  8. E as pessoas insistem em versejar, para deleite de quem os aprecia e encontra um bálsamo para as suas infelicidades e coro para as suas alegrias...ótima terça pra vc...abreijos

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