NALDOVELHO
Crime premeditado
da virtude em busca do pecado,
da inocência a desafiar a peçonha
ao masturbar-se solitário na cama
por fixação na vizinha do lado.
Pobre de mim!
E assim foi o primeiro poema.
Crime premeditado
do menino que dobrou a esquina,
andou por ruas transversas,
becos, ruelas, travessas,
misturou-se aos vagabundos nas praças,
amou prostitutas, tão gastas,
e ainda assim escreveu mais poemas.
Crime premeditado
do jovem que acreditou em utopias,
escreveu canções de protesto,
reencontrou a vizinha peçonha,
mãe de três filhos e vergonhas,
por ter feito escolhas erradas.
Às vezes a vida é assim!
Crime premeditado
do homem que se feriu em espinhos,
que destruiu canteiros de rosas,
que sofreu por amor e ainda ama,
mas que por deixar a poesia de lado,
trilhou caminhos profanos,
quase enlouqueceu.
Crime premeditado
de quem se afogou em aguardente,
escalou cordilheiras estranhas,
rolou ribanceira abaixo,
chorou lágrimas de um tolo,
redescobriu em si mesmo o poema,
e enlouqueceu.
Crime premeditado
de quem assumiu a condição de poeta
e que sendo por natureza um tolo,
fez da palavra um consolo,
pois a sentença final: é culpado!
Condenado a viver na inquietude,
e a morrer de mal de amor.
NALDOVELHO
ResponderExcluirPremeditated Crime
of virtue in search of sin,
of innocence to challenge the venom
to masturbate alone in bed
by fixing in neighbouring side.
Poor me!
And so was the first poem.
Premeditated Crime
the boy who doubled around the corner,
walked by transverse streets,
alleys, lanes, bars,
mixing the bums in squares,
loved prostitutes, so spent,
and still wrote more poems.
Premeditated Crime
the young man who believed in utopias,
wrote songs of protest,
rediscovered the nearby venom,
mother of three children and shames.
by have made wrong choices.
Sometimes life is so!
Premeditated Crime
the man who was hurt in thorns,
that destroyed flower beds of roses,
who suffered for love and still loves,
but that by letting the poetry aside,
profane paths, Occidental
almost went crazy.
Premeditated Crime
of whom drowned in spirits,
strange mountain climbed,
rolled bluff below,
wept tears of a fool,
rediscovered in himself the poem,
and went crazy.
Premeditated Crime
who took over the condition of poet
and that being by nature a fool,
made of the word a consolation,
Since the final sentence: is guilty!
Condemned to live in anxiety,
and dying of lovesickness.
Certamente será inocentado.
ResponderExcluirNão há termo de assentada que justifique qualquer julgamento.
Parabéns, Poeta, um belo passeio pela vida.
Fascinante!Sou REGINA CELI e amei tudo isso!
ResponderExcluirNossa! Sempre escrevendo de forma brilhante! PArabéns Naldo!
ResponderExcluirPARABÉNS CONTEÚDO!
ResponderExcluirPor tão belo relato do teu viver e das inquietudes da tua alma poética, jamais serás condenado meu caro amigo poeta! Naldo Velho, vc sempre se superando...Parabéns! Forte abraço
ResponderExcluirPARABÉNS AMIGO VC SEMPRE SURPRENDE OBRIGADA AMIGO IlcaDosantos
ResponderExcluirPARABÉNS POR TÃO BELO POEMA SEMPRE SURPRENDE.ABRAÇOS IlcaDosantos
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