NALDOVELHO
Cada ponto, cada pedra,
cada trecho do caminho,
tem ciladas, tem espinhos,
tem o cheiro da incerteza.
Lua cheia quando nasce,
crescem garras, crescem presas,
e eu só sei que o bicho homem
ainda fere se tem medo,
ainda mata se tem fome.
Toda história tem segredos,
toda a trama tem mistérios,
marcas, rastros, seus relevos,
tem fissuras, cicatrizes.
Mar revolto quando chega,
embarcação fica a deriva,
e eu só sei que o bicho homem
ainda chora se tem sede,
ainda foge dos seus sonhos.
Cada gota do meu sangue,
cada gesto de ternura,
cada ato de loucura,
tem por trás a sede e a fome.
Ventania quando chega,
vem trazendo tempestade,
e eu só sei que o bicho homem,
se troveja, se esconde,
e rasteja e rasteja...
já nem sabe mais seu nome.
CRITTER MAN
NALDOVELHO
Every point, every stone,
Each stretch of the path,
has a stumbling block, it has thorns,
has the smell of uncertainty.
Full moon when it rises,
grow, they grow fangs, claws
and I just know that the Critter man
still hurts if afraid,
still kills if hungry.
Every story has secrets,
the entire plot has mysteries,
brands, trackways, their reliefs,
has cracks, scars.
Seas when arrives,
the vessel is the drift,
and I just know that the Critter man
still cries if thirsts,
still escapes of your dreams.
Every drop of my blood,
every gesture of tenderness,
each act of madness,
has behind the thirst and hunger.
Gale when arrives,
comes bringing storm,
and I just know that the Critter man
If thunders, hides,
and creeping and crawling ...
I don't even know your name.
Translation for English by Marlene Nass
L'HOMME
CRITTER
NALDOVELHO
Chaque
point, chaque pierre,
Chaque
tronçon du sentier,
a
une pierre d'achoppement, elle a des épines,
a
l'odeur de l'incertitude.
Pleine
lune quand il se lève,
croître,
elles poussent les crocs, griffes
et
je sais seulement que l'homme Critter
encore
mal si peur,
encore
tue si affamés.
Chaque
histoire a secrets,
l'intrigue
entière a des mystères,
marques,
de pistes, de leurs reliefs,
ont
des fissures, cicatrices.
Mers
lorsqu'arrive,
le
navire est à la dérive,
et
je sais seulement que l'homme Critter
pleure
encore si soif,
encore
des évasions de vos rêves.
Chaque
goutte de mon sang,
chaque
geste de tendresse,
chaque
acte de folie,
a
derrière la soif et la faim.
Gale
lorsqu'arrive,
vient
apporter la tempête,
et
je sais seulement que l'homme Critter
Si
gronde, peaux,
et
rampant et ramper...
Je
ne sais même pas votre nom.
Traduit
en Français par Marlene Nass
Que dizer??? que tens poemas lindíssimos...e este é mais um..."bicho Homem" ainda chora se tem sede,
ResponderExcluirainda foge dos seus sonhos.... O bicho homem tem a mania que comanda que sabe tudo...mas quando é confrontado...com algumas situações é o que relatas.... se troveja, se esconde,
e rasteja e rasteja...
já nem sabe mais seu nome. beijitos
Gostei muito do final do seu poema amigo Naldo
ResponderExcluir" Ventania quando chega,
vem trazendo tempestade,
e eu só sei que o bicho homem,
se troveja, se esconde,
e rasteja e rasteja...
já nem sabe mais seu nome."
Sempre o que escreve é maravilhoso. Linda noite. Abraços.
É sempre maravilhoso ler-te amigo Poeta.
ResponderExcluirElaine Mello