Ando por estas ruas como se fosse um estranho.
Tropeço em meio-fios, esbarro em árvores,
confundo esquinas, escorrego e caio
e sem saída num beco escuro, penso:
melhor voltar, recomeçar.
Às vezes converso com as sombras,
pois mal consigo perceber o rosto das pessoas
e assusto-me com o silêncio dos que passam
e não percebem num poema, um detalhe, que seja!
Já não colho flores nos jardins desta cidade,
e os parques desconhecem o riso puro das crianças.
No céu, carregado de nuvens, prenúncio de chuva,
vento frio, muita umidade, pouca visibilidade no ar.
Ando sozinho por estas ruas, já faz tempo.
Busco um sorriso, um olhar, quem sabe?
Uma lágrima de saudade, um abraço de chegada,
uma palavra, um verso, quase nada!
Ao longe percebo pássaros em revoada,
sinal de vida no horizonte, ainda que distante.
Nos templos, portas impedem a minha entrada
e aqueles que se importam, nada podem, aprisionados.
E mais um tropeço, outro beco sem saída.
Já não escrevo mais poemas, desencravo-os,
como se fossem espinhos, ou cacos,
espetados por todo o corpo.
Olhos para os lados e pouco vejo.
Dia nublado, prenúncio de chuva,
tarde cinzenta de outono,
vento frio, pouca visibilidade no ar.
STRANGE
NALDOVELHO
I walk by these streets the if it were to stranger.
Stumble amid-wires, control on trees,
confusing corners, I slip and fall
and without output in the dark alley, I think:
best back, start overnight market.
Sometimes I talk with the shadows,
because barely carries out people's faces
and scare me with the silence of that pass
and don't carry out in they put it, the detail that is!
In the longer reap flowers in the gardens of this city,
and the parks plows unaware of puree laughter of children.
In heaven, clouds, harbinger of rain,
cold wind, humidity, poor visibility in the air.
I walk alone it will be these roads, already makes team.
Do I look for the smile, for the look, who knows?
To loom of nostalgia, the hug of arrival,
the Word, her be, almost anything!
You it further understand birds in when it soared,
sign of life on the horizon, even that far.
In temples, doors prevent my entry
and those who care, nothing can, imprisoned.
And one lives stumbling, another dead-end.
I don't write lives poems, I unpin,
the if they were thorns, or shards,
spiky throughout the body.
Eyes you it the sides and little I see.
Cloudy day, harbinger of rain,
it barks autumn grey
cold wind, poor visibility in the air.
Translation will be English by Marlene Nass
ÉTRANGE
NALDOVELHO
Je
marche par ces rues le si c'était à l'étranger.
Trébucher
au milieu-fils, contrôle sur les arbres,
confusion
des coins, glisse et de l'automne
et
sans la sortie dans la ruelle sombre, je pense :
meilleur
arrière, démarrer le marché au jour le jour.
Parfois
je parle avec les ombres,
parce
qu'à peine effectue des visages du peuple
et
de me pousser avec le silence de ce pass
et
ne pas transporter hors dans leur dit, le détail qui est !
Dans
les fleurs reap plus longtemps dans les jardins de cette ville,
et
le chasse-neige Parcs pas au courant de la purée de rire des enfants.
Dans
le ciel, les nuages, signe avant-coureur de la pluie,
vent
froid, humidité, manque de visibilité dans l'air.
Je
marche seul il sera ces routes, déjà fait équipe.
Rechercher
le sourire, pour le look, qui sait ?
Pour
le métier à tisser de nostalgie, l'étreinte de l'arrivée,
le
mot, lui être, presque n'importe quoi !
Vous
il davantage comprenez quand il en flèche, les oiseaux
signe
de vie à l'horizon, et même que de loin.
Dans
les temples, portes empêchent mon entrée
et
ceux qui prennent soin, rien ne peut, emprisonné.
Et
l'on vit trébuchant, un autre impasse.
Ne
pas écrire des poèmes de la vie, je détacher,
le
si elles étaient des épines ou tessons,
piquant
dans tout l'organisme.
Vous
les yeux il les côtés et peu je ne vois.
Journée
nuageuse, signe avant-coureur de la pluie,
il
aboie automne gris
vent
froid, manque de visibilité dans l'air.
Traduction
en Français par Marlene Nass
"Olhos para os lados e pouco vejo.
ResponderExcluirDia nublado, prenúncio de chuva,
tarde cinzenta de outono,
vento frio, pouca visibilidade no ar."
que não impediram o surgimento de um belíssimo poema!
Parabéns, Naldo!
Belíssimo poema! Inspiradíssimo grande Naldo!
ResponderExcluirpoema escrito com alma,e com que vai no coração.Belo!
ResponderExcluirGrande Poeta, que bela composição poética. Parabéns!
ResponderExcluirUm abraço.
Rosemary Quintas
É amigo Naldo Velho, às vezes andamos sem destino, trocando passos com a solidão. Momentos de "conversar com as sombras". Como sempre, mais um encantador e magnífico poema. Adorei,amigo! Parabéns! Abraços
ResponderExcluirNaldo: seus poemas sempre me tocam fundo. Você é um grande artesão das palavras. Parabéns.
ResponderExcluirLindo, maravilhoso, a cada dia me delicio com um poema seu, obrigada, Naldo, bjs
ResponderExcluirAndo sozinho por estas ruas, já faz tempo.
ResponderExcluirBusco um sorriso, um olhar, quem sabe?
Uma lágrima de saudade, um abraço de chegada,
uma palavra, um verso, quase nada!
Naldo belo demais...É incrível como o poeta escreve sensações tão nossas! E a gente pergunta: Como ele sabe?... Pois é, por isso é poeta. Bjs
parabéns amigo! Não pare nunca de fazer o gosta, pois, fazer o que gostamos é fazer o que o coração manda... E assim, tratando bem do coração ele também nos trata e aqueles que o conseguem ouvir...
ResponderExcluirGrande abraço!
Belo, nostágico, triste ... mas, simplemente, lindo!
ResponderExcluirAbraços
ADOREI O BLOG LINDISSIMO! BEIJOS POETA LINDO
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