quinta-feira, 4 de agosto de 2011

E EU NEM SEI BEM O PORQUÊ

   NALDOVELHO

   Solitários caminhos, ruas, praças, jardins,
   cidade dos sonhos, vento frio de outono.
   Segredos talhados numa velha árvore.
   Promessas, cumplicidade,
   coisas que o tempo não apagou.

   Já faz tanto tempo e eu nem sei o porquê,
   continuo a passar por aqui.
   Acho que a memória, às vezes falha,
   faz com que eu perca o rumo,
   me põe em desalinho, e cobra carinhos...
   E eu confundo tudo, perco a noção dos anos
   e penso que ainda há muito tempo...

   Coração caminha sem deixar rastros,
   e por onde ele passa colhe neblina,
   noites friorentas, enredos mal escritos,
   vivências entrelaçadas, emaranhados do destino,
   porção e meia de desenganos...
   E eu nem sei o porquê,
   continuo a passar por aqui! 

7 comentários:

  1. Amigo Naldo Velho, o que fica guardado no coração sempre volta! São as "coisas que o tempo não apaga"! Vez por outra retorna e nos confunde, com toda certeza! Vc sabe como ninguém definir esses sentimentos que nos "põe em desalinho" e que nos faz perder "a noção do anos". Lindo poema, como tudo que vc faz...forte abraço poeta.

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  2. Belos versos!Adorei ler-te.Saudações poéticas!Varenka

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  3. Sempre haverá tempo, ou não!
    Quem poderá dizê-lo?
    - O coração!
    Belos versos!

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  4. Talvez guarda em seu coração, lembranças de um amor, que por aqui passava...e o seu coração o leva , na esperança de revê-lo. É uma possibilidade."E eu nem sei o porquê,
    continuo a passar por aqui! " Como sempre, escreve tão bem, que parece real seus textos...e se são, a minha resposta pode talvez explicar o porquê, volta sempre por aqui inconscientemente, Uma bela noite amigo Naldo e grande abraço. carinhos sempre.

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  5. Maravilhoso,é como se fosse eu escrevendo...Como compreendo tua poesia!Bravo!

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  6. Lindíssimo!!
    Perfeito o comentário de Maria Mourão
    Forte abraço.

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