sábado, 6 de agosto de 2011

SALA DOS ESPELHOS


   NALDOVELHO


   Sala dos espelhos, parede em frente,
   um quadro contundente a transbordar luminosidades
   em harmoniosos matizes a retratar com fidelidade
   lágrimas cristalizadas, há tempo choradas,
   por conta de um desencontro, coisa estranha demais!

   Na parede ao lado, lado esquerdo do peito, marcas de batom...
   Na parede ao fundo um poema rabiscado,
   versos ardidos, por conta de uma despedida,
   que se fez com dor de partida, para nunca mais.

   Na parede do outro lado, lado direito do peito,
   janela aberta, luz da lua inquieta
   e um vento frio perverso, dando conta
   que a solidão veio pra ficar.

   No teto, espelhos, inúmeros e pequenos espelhos,
   unidos como um quebra cabeças, ou coisa assim!
   No chão, muitas coisas estilhaçadas,
   testemunhos dos meus ais.
        
   Triste é saber que esta sala não tem portas.
   Estranho é que, só hoje, eu tenha percebido.

6 comentários:

  1. Hall Of Mirrors.

    NALDOVELHO


    Hall of mirrors, front wall,
    a scathing tranship luminosities
    on harmonious hues to portray with fidelity
    tears, long cried, candied
    on behalf of a mismatch, strange thing too!


    On the wall next door, left side of chest, lipstick marks ...
    On the wall in the background a poem scribbled,
    Moldy verses, on behalf of a farewell,
    made with pain of departure for ever more.


    On the wall on the other side, the right side of the chest,
    open window, Moonlight restless
    and a wicked cold wind, giving account
    the loneliness came to stay.


    On the roof, mirrors, numerous and small mirrors,
    United as a puzzle or something like that!
    On the ground, many things torn memories,
    testimonies of my ais.

    Sad to know that this room has no doors.
    Strange thing is that, just today, I have noticed.


    Translation for English by Marlene Nass.

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  2. Galerie Des Glaces.


    NALDOVELHO



    Hall des miroirs, le mur de façade,
    une cinglante transborder des luminosités
    sur les tons harmonieuses de dépeindre avec fidélité
    larmes, longtemps pleurés, confits
    au nom d'une incompatibilité, chose étrange trop !



    Sur le mur juste à côté, gauche de la poitrine, des marques de rouge à lèvres...
    Sur le mur à l'arrière-plan, un poème griffonné,
    Versets moisis, au nom de l'adieu,
    faite avec la douleur du départ pour toujours plus.



    Sur le mur de l'autre côté, le côté droit de la poitrine,
    Ouvrez la fenêtre, clair de lune agitée
    et un vent froid wicked, qui compte
    la solitude est arrivé à rester.



    Sur le toit, rétroviseurs, nombreux et petits miroirs,
    Unis comme un puzzle ou quelque chose comme ça !
    Sur le terrain, beaucoup de choses déchirées par des souvenirs,
    témoignages de mes ais.


    Triste de savoir que cette pièce n'a pas de portes.
    Chose étrange est que, juste aujourd'hui, j'ai remarqué.



    Traduction de Français par Marlene Nass.

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  3. Sim, percebeste, tanto que fizeste esta maravilha poética.
    Belo, Bardo!

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  4. Minha nossa, um soco no meu estômago, meu coração, minha alma. Grande Naldo Velho, vc expõe sentimentos e chagas mais íntimas de nossa alma com uma poesia gritante de beleza e dor. Mto obrigada por sua poesia, bjs

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  5. Além de um soco no estômago, sinto-me igual aqueles que leram este belíssimo poema.
    Naldo Velho, sua alma é irmã gêmea dos nossos sentimentos.
    Adoro todas as suas poesias. Beijos da amiga Neyde

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  6. Naldo Velho, percebes o quanto te admiro após ler os teus poemas indicados pela prima Nan Noronha.
    Estou em Portugal, não tão distante como agora que conheço a sua alma poeta. Bravo!

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