NALDOVELHO
Poemas por natureza prematuros,
precisam ser cuidados, pacientemente tratados,
alguns, após lapidados, revelam intenso brilho,
outros, se de trato desleixado,
ficam para sempre embaçados,
perdem razão e significados.
Às vezes, em excesso, palavras precisam ser extirpadas,
pois derramam e embaraçam a trama,
turvam a história, estragam o enredo,
impedem ao verso a plenitude do seu tempo,
e ele necessita ser exato: nem mais, nem menos.
Melhor que não pareçam raízes de um só umbigo,
que sejam então promíscuos em muitos sentidos.
Se forem românticos, atenção redobrada...
Paixão em demasia costuma melar o verso,
e fazem-no parecer patético.
Mas é bom tomar cuidado,
palavras abusadas gostam de intimidar o poeta,
tentam impingir pretensas erudições
e nada mais fora do seu tempo
do que versos que não falem aos corações.
Poemas, ainda que doam, teimosos, escoam,
por mais que as pessoas os pensem complexos,
por mais que não leiam, nem os queiram por perto,
sobrevivem inquietos no coração do poeta,
espécime raro ameaçado de extinção.
Poems by premature nature,
ResponderExcluirneed to be treated, care, patiently
some, after cut, reveal intense brightness,
other, of sloppy tract,
stay forever blurred,
lose reason and meanings.
Sometimes to excess, words must be extirpated,
because spill and do the plot,
turvam the story, spoil the plot,
prevent to verse the fullness of his time,
and it needs to be exact: no more, no less.
Better not look roots of a navel, only
they are so promiscuous in many senses.
If they are romantic, attention ...
Passion too often treacle the verse,
and make it seem pathetic.
But it's good to take care,
words abused like intimidate the poet,
attempt to foist alleged erudition
and nothing more out of your time
than verses that speak to the hearts.
Poems, yet who donate, stubborn, seep,
for more than people think complex,
for more than read, nor wish to close by,
survive anxious in the heart of the poet,
rare specimen threatened with extinction.
É,não nos calamos diante dos versos,
ResponderExcluirinquietos somos, respiramos o ar poético, trazemos no coração a forte chama da linguagem mais pura que a poesia revela, e que traduz os sentimentos mais diversos...
Parabéns pela bela expressão, como forma de preservação do que temos de melhor na arte da escrita com estilo, e com qualidade, se compõe grandes obras.
muito bom, caro Poeta!
ResponderExcluirabraços de bom Ano!
jorge
Belo...mto belo, amigo Naldo! Que Deus não permita nunca essa extinção e que deixe os corações dos poetas sempre inquietos, só assim, poderemos desfrutar da magia e beleza dos poemas. Parabéns! Maria Mourão
ResponderExcluirPoemas...é um lamento ou um cantar da alma.
ResponderExcluirGostei muito do final do seu texto meu querido Naldo
"Poemas, ainda que doam, teimosos, escoam,
por mais que as pessoas os pensem complexos,
por mais que não leiam, nem os queiram por perto,
sobrevivem inquietos no coração do poeta,
espécime raro ameaçado de extinção."
Linda noite. Grande abraço.
Muito belo, caro amigo!! Que Deus te ilumine cada vez mais
ResponderExcluire que componhas versos lindos como estes. bjos
"Melhor que não pareçam raízes de um só umbigo,"
ResponderExcluirPoesia deve ser uma surpresa e deixar o leitor com a pulga atrás da orelha. Rogoldoni
Sempre lindos seus versos, nobre Bardo!
Abraços
Muitas vezes inquietos, em outros corações sobrevivem... por teimosia? talvez...mas o cantar ecoa mais além da imaginação. bjs
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