domingo, 28 de agosto de 2011

ESTRANHA CRIATURA


   NALDOVELHO

   Estranha criatura
   que me habita a clausura,
   que traz marcada na fronte
   os sinais de tanta loucura,
   mostra a cor dos teus olhos,
   injeta em meu corpo a peçonha,
   desentranha de mim a ternura,
   descortina o ser que ainda sonha,
   faz-me quebrar a vidraça,
   arrombar a porta da rua,
   sentar no banco da praça...
   Quem sabe a coragem se exponha
   e me faça sorrir sem-vergonha?

   Quem sabe a esfinge que grita
   no fundo do poço que habita,
   possa enfim revelar meus mistérios?
   Quem sabe o homem que eu penso
   seja, então, levado a sério? 
   Quem sabe a criança que dorme
   possa acordar deste sonho
   e ser muito mais que eu proponho?

   Criatura estranha
   que guarda preciosos guardados,
   que traz marcada na fronte
   a inquietude dos poetas,
   mostre-me a força do seu verso,
   quem sabe eu consiga entender?

4 comentários:

  1. A força do verso já é demonstrada na beleza do poema.
    Parabéns, Naldo!

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  2. Tanta esperança há no coração do maravilhoso poeta...Lindo, Naldo, bjs

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  3. Lindo poema, cheio de muita esperanças no coração de um poeta cheio de amor para nos transmitir.Parabéns!!

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