NALDOVELHO
Há um quê de reboliço
em dias que amanhecem outubro,
de desapego e preguiça,
de passarinhada inquieta
e de vento frio que avisa:
muita umidade no ar.
Há um quê de eloqüência
neste sol que se esforça lá fora,
contaminado de sonhos
e que vive de irritar o poeta
que aconchegado em preguiças
não quer trabalhar.
Há um quê de insensatez
quando em meu quarto os fantasmas
despertam em mim a saudade,
lembranças, humores, essências;
e a primavera sem fazer alarde,
bate na porta, querendo entrar!
Há um quê de poema
nas palavras espalhadas pelo quarto,
nas fotos que volta e meia eu revejo,
nas teclas miscigenadas de um piano,
nas melodias que desfazem enganos,
e no beija flor que aqui veio se refugiar.
Há um quê de esperança
em todas as coisas que eu colho,
apesar da acidez destes tempos,
pois por trás mora sempre um alento
e apesar do cansaço que eu sinto,
há sempre um poema precisando brotar
brotar.
OCTOBER
NALDOVELHO
There is what of clamour
in days that dawn in October,
of indifference and laziness,
of birded it worries
and of cold wind that it warns:
great moisture on air.
There is what of eloquence
in this sun that makes an effort outside,
contaminated of dreams
and what he survives of irritating the poet
that wrapped up in you laze around
it does not want to work.
There is what of folly
when in my room the ghosts
they wake in me the longing,
memories, moods, essences;
and the spring without boasting,
hit the door, wanting to enter!
There is what of poem
in the words spread by the room,
in the photos which turn and a half do I revise,
in the keys of mixed race of a piano,
in the melodies that undo mistakes,
and in it kisses flower that here came to take refuge.
There is what of hope
in all the things that I gather,
in spite of the acidity of these times,
since for behind a courage always lives;
and in spite of the tiredness that I feel
there is always a poem needing to flow.
Translation for English by Marlene Nass
OCTOBRE
OCTOBRE
NALDOVELHO
Il
y a quel d'a remué
les
jours qu'cette aube octobre,
de
détachement et de paresse,
de
nombreux oiseauux agité
vent
et le froid qui met en garde :
trop
d'humidité dans l'air.
Il
n'y a que de l'éloquence
Ce
soleil qui se démène là-bas
contaminés
par des rêves
et
qui vit à irriter le poète
que
niché dans les paresseux
n'a
pas fonctionné non plus.
Il
y a une folie
Quand
dans ma chambre les fantômes
réveille
en moi le désir,
souvenirs,
les humeurs, les essences ;
et
le printemps sans folles dépenses,
frappe
à la porte, vouloir entrer !
Il
y a un poème.
dans
les mots disséminés dans la salle,
sur
les photos que lap et demi je trouve,
les
clés d'un piano, mixte
dans
les mélodies évaporer impostures,
et
dans la flor de beija, qui sont venus se réfugier.
Il
y a un espoir.
dans
toutes les choses que je cueillir,
En
dépit de l'acidité de ces temps,
parce
que derrière mora toujours un souffle ;
et
malgré la fatigue que je ressens
Il
y a toujours un poème déclarant
Traduit
en Français par Marlene Nass
brotar.
Que bom haver sempre um quê de esperança em todas as coisas que colhe, apesar da acidez dos tempos.
ResponderExcluirE que bom ter-mos um NALDOVELHO para nos lembrar isso.
E que brotem muitos para o nosso regozijo, Poeta!
ResponderExcluirMais lindo que tudo é esse quê de muita poesia abraçando seus versos maravilhosos. Parabéns sempre meu amigo!
ResponderExcluire há sempre vida nas flores que colhes
ResponderExcluire nos poemas que escreves
e nos natais que vives!
muito obrigado, amigo!!
muitos abraços
jorge
Lindo amigo Naldo!
ResponderExcluirSalve o quê, aquele quê!
ResponderExcluirQuerido poeta,você tem um quê encantador e fascinante quando escreve.
Parabéns!!
Abraços,
Rosemary Quintas
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ResponderExcluirOlá meu amigo,
ResponderExcluirLindo poema e belíssima tradução!!!
Amei!!!
Parabéns e obrigada por estar em nossas vidas trazendo estes momentos de profunda sensibilidade e beleza!!!
Abraços!!
Deise Puga
Há um quê de surpresa a cada poema com que você nos presenteia!
ResponderExcluirParabéns, Poeta!
Há um quê de sensibilidade que obriga o poeta a bordar versos, no bastidor da mais plena emoção. Abreijos, guida
ResponderExcluirOutubro de inquietações ... um belo percurso!
ResponderExcluirParabéns!
Há sempre um quê de palavras em brotos predestinadas a eclodirem os velhos/novos poemas de NALDOVELHO!
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