NALDOVELHO
E tinha aquele tempo
onde as ruas viviam sedentas
e as calçadas eram como um livro:
páginas da mais pura vadiagem!
E eu nem conhecia a força
que os versos traziam,
mas ainda assim percebia
a delicadeza das madrugadas
molhadas de orvalho
e imaginava tua janela aberta,
e o som do meu violão
a te deixar inquieta.
E em sonhos invadia-te o quarto,
e me instalava abusado
por todos os cantos e lados
a saborear os mínimos detalhes,
e a cada carícia uma marca...
Guardo até hoje a lembrança
daquela tarde de outono,
janelas fechadas, abandono...
Quando soube da tua partida,
que não moravas mais ali.
E o que ficou foi só saudade
de quem dobrou tantas esquinas
e que há pouco reencontrei
sem aquele sorriso de menina,
mulher de olhar endurecido,
muitos sulcos, tantas cicatrizes...
E nem sabes o quanto
eu ainda a carrego em meus sonhos,
e que neles moro na mesma casa,
perambulo pelas mesmas ruas,
e conservo em mim a delicadeza
de só pronunciar teu nome de olhos fechados
que é para que o teu rosto de menina
nunca se apague dentro de mim.
E eu nem conhecia a força
ResponderExcluirque os versos traziam,
mas ainda assim percebia
a delicadeza das madrugadas
molhadas de orvalho
e imaginava tua janela aberta,
e o som do meu violão
a te deixar inquieta.
MARAVILHOSO, adorei aqui chegar e ler estes versos, PARABÉNS!
Efigênia Coutinho
Parece que descobriste a fonte da poesia, porque ela jorra em ti. " /de só pronunciar teu nome de olhos fechados/
ResponderExcluirque é para que o teu rosto de menina/
nunca se apague dentro de mim"./
Quanta beleza nesse trecho. Forte abraço.
Rozelene Furtado de Lima
OF SHUT EYES
ResponderExcluirNALDOVELHO
And it had that time
where the streets were living thirsty
and the sidewalks were like a book.
Pages of the most pure vagrancy!
And I not even knew the strength
what the verses were bringing,
but even so it was realizing
the delicacy of the dawns
soaking of dew
and it was imagining your open window,
and the sound of my guitar
to leave to you uneasy.
And in dreams the room was invading you,
and it was installing me when it went too far
for all the corners and sides
savouring the least details,
and to each caress a mark...
I guard up to today the memory
of that afternoon of autumn,
shut windows, I leave...
When he knew of your departure,
that you were not living any more there.
And what was was an alone longing
of whom it doubled so many corners
and that there is somewhat I met again
without that girl's smile,
woman of hardened glance,
many furrows, so many scars...
And you do not even know all that
I still load it in my dreams,
and that them I grasp at the same home,
I wander in the same streets,
and I preserve in me the delicacy
of only pronouncing your name of shut eyes
what is for what your girl's face
do never be put out inside me.
Translated into English by Marlene Nass.
Simplemente lindo!
ResponderExcluirLembranças traduzidas em versos, passeios pela emoção do poeta.
adoro te ler, sabes disso. Mais um belo poema. bjus
ResponderExcluirQue lindo , tão romântico , tão doce , puro e inocente...Tomara que isto tenha acontecido realmente contigo, poeta amigo. Q ue não seja apenas uma criação da sua mente inspirada....<3
ResponderExcluirMAGAL ROCHA!!!
Perfeito...perfeito...Parabéns amigo poeta Naldo. Sempre nos emocionando com seus belos poemas.
ResponderExcluirAbraços.
Sempre adorável!! Beijos!!
ResponderExcluirAmo os poetas.Lindissimo! ...que seu rosto de menina nunca se apague dentro de mim.
ResponderExcluirSimplismente amei.
É tão real, que pude senti tua dor ao ler:
ResponderExcluir"e que há pouco reencontrei
sem aquele sorriso de menina,
mulher de olhar endurecido,
muitos sulcos, tantas cicatrizes..."
Bravo Naldo!
Quanta beleza!
ResponderExcluirSublime Poeta, guardas para sempre a menina na tua alma, que tanto sabe da força dos versos e das saudades mantidas pelos meninos eternos!
Fraterno abraço,
Maria
sempre tocando nossa alma. Muito bonito!
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