terça-feira, 26 de julho de 2011

COISAS QUE SOBRARAM DO INCÊNDIO

   NALDOVELHO

   Há um quê de delicadeza
   nas coisas que sobraram do incêndio.

   Vestígios de sonhos misturados a destroços...
   Madeira, reboco, papeis, muitos panos.

   Pela casa aos pedaços eu recordo a história
   de um amontoado de livros, parte deles queimados.

   Há um quê de suavidade
   nas cinzas que sobraram pelos cômodos.

   Luz do sol, fumaça, vidraças quebradas,
   e ainda assim, eu percebo os detalhes.

   Portas arrombadas denunciam o desastre,
   no ar um cheiro de demolição.

   Há um quê de poesia
   em pode sentar num canto e apreciar os estragos.

   Há um quê de magia
   em poder renascer dos escombros.

8 comentários:

  1. Há sobretudo "um quê de magia/ em poder renascer dos escombros."

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  2. Há tudo o que se vê (as cinzas), o que se percebe (uma história de vida) e o que se sente na magia do renascer.

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  3. há um quê de poesia em sermos um incêndio da nossa própria vida :)

    muitos abraços
    jorge

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  4. há um quê de Vida nos teus poemas!

    Muitos abraços
    Jorge

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  5. THINGS LEFT OVER FROM THE FIRE

    NALDOVELHO


    There is a want of delicacy
    in the things left over from the fire.


    Traces of dreams mixed with debris ...
    Wood, plaster, papers, many cloths.


    By the House to pieces I remember the story
    a bunch of books, some of them burned.


    There is a softness
    in the ashes left over by rooms.


    Sunlight, smoke, broken glass,
    and still, I understand the details.


    Doors kicked in revealing the disaster,
    in the air a scent of demolition.


    There is a poetry
    You can sit in a corner and in assessing the damage.


    There is a magic
    to be able to be reborn from the rubble.


    Translated into English by Marlene Nass.

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  6. GAUCHE DE CHOSES AU COURS DE L'INCENDIE


    NALDOVELHO



    Il y a un manque de délicatesse
    dans les choses de l'incendie.



    Traces de rêves mélangés avec des débris...
    Bois, plâtre, papiers, chiffons beaucoup.



    Par la maison de pièces je me souviens de l'histoire
    un tas de livres, certains d'entre eux ont brûlé.



    Il y a une douceur
    dans les cendres laissés par les chambres.



    La lumière du soleil, verre fumée, brisé,
    et encore, je comprends les détails.



    Portes à coups de pied en révélant la catastrophe,
    dans l'air une odeur de démolition.



    Il y a une poésie
    On peut s'asseoir dans un coin et en évaluant les dommages.



    Il y a une magie
    pour être en mesure de renaître dans les décombres.


    Traduit en Français pour Marlene Nass.

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  7. Bom dia querido amigo...os rescaldos poéticos são pura emoção....uma quarta cheia de ternura pra vc....abreijos

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