NALDOVELHO
Por conta de alumbramentos,
resolvi cultivar distâncias,
e plantei-as em lugar propício
ao lado de um pé de jasmim.
Dizem que dá uma flor solitária,
e que é bom ter muito cuidado,
seu perfume leva ao delírio
e faz ver coisas estranhas
brotadas de dentro de mim.
Plantei também mudas de desengano,
propícias ao mês de outubro,
suas folhas são excelente remédio
na cura da inquietude e do tédio,
e as flores nascem em pencas,
melhor então que seja assim!
Só não consegui cultivar ainda
o silêncio de versos que chorem...
Estes, melhor deixar mais pro fim!
Boa tarde Poeta. Parabéns lindo versejar, abraço poeta.
ResponderExcluirMaria Mendes
"Vi tanta areia...andei
ResponderExcluirna lua cheia, eu sei
uma saudade imensa,
vagando em verso eu vim
vestida de cetim
na mão direita
rosa..vou levar [...]'
...para lhe dar meu amigo sagrado. Vida longa e em profusão! Cláudia abreu
.
ResponderExcluirMais uma obra prima, Naldo! Me encanta o seu fraseado poético. Como poeta e jardineiro, esse belo poema cria um ponto de referência que aprofunda a minha admiração aos seus versos.
Quanto intimismo e leveza no poema.. até o tom solitário esvai-se, espécie de perfume, aroma sutil, musical."Propícias ao mês de outubro" é um verso que se destaca com a mesma densidade de "Por conta de alumbramentos"; faço escolhas em seu poema, caro amigo, porque me sinto confortávelmente cúmplice e credenciado a colher flores em seu jardim, ok? Belo poema!
ResponderExcluirO silencio dos versos que choram...muito lindo!Poesia maravilhosa!bjs e boa semana!
ResponderExcluirLinda poesia neste blogue. Adorei. Tenho um blogue onde insiro
ResponderExcluirmuita peosia, se me ceder uma poesia sua, colocarei com os devidos
créditos com muito gosto.
Basta deixar um comentário.
Bj.
Irene Alves
“Plantei (também) mudas de desengano, propícias ao mês de outono, suas folhas são excelente remédio [...] O bom é que as flores nascem em pencas [...]” Em inúmeros momentos percebemos que erguemos ilusões e no outono desabamos repletos de experiências e aprendizagens. É imperativo saber que o repertório outonal de nossas vidas é remédio que cura ferida – “melhor então que seja assim!” Verdade, amigo Naldo. Os versos sobrevivem à alma. Seu modo de dizer, os percursos de suas palavras reconstroem imagens poéticas que buscam uma relação intensa com o mundo e a vida. Seu verbo recebe uma espécie de efeito mágico e de modo singular nos reintegra cultivando “o silencio de versos que chorem...” Nós choramos plenos de vida e com a pele enrugada.
ResponderExcluirBelo...
ResponderExcluir"Só não consegui cultivar ainda
o silêncio de versos que chorem...
Estes, melhor deixar mais pro fim!"
Muito belo...apenas isso!
Abraços meu querido amigo Naldo.
Um toque de nostalgia embeleza ainda mais esta encantadora poesia.
ResponderExcluirAmei o final!
Parabéns e obrigada por compartilhar!
Abraços.
Márcia Ramos
Maravilha meu amigo...nem silenciem seus versos, estejam ele sorrindo ou chorando....abreijos poéticos
ResponderExcluirBelíssimo poema!! a ultima estrofe muito me agradou.
ResponderExcluirparabéns por mais um lindo e emocionante poema. Forte abraço.