sábado, 30 de julho de 2011

O HOMEM APRISIONADO AO SEU UMBIGO

   NALDOVELHO

   Envolto em sombras
   o homem aprisionado ao seu umbigo
   olha em direção ao nada,
   fuma um cigarro atrás do outro
   e por estranho que pareça
   não percebe o que existe
   além de si mesmo.
   Não entende que a clausura
   o alimenta e consome,
   não sabe da lágrima que escorre
   no aceno do adeus,
   nem do sorriso da mulher
   abraçada no aconchego
   de um amor que é só seu.

   O homem aprisionado ao seu umbigo
   já nem sabe o que o espera,
   pois na linha do horizonte
   muito pouco se revela
   para quem não acredita
   que faz parte desta vida
   o caminho e o tropeço,
   que todo rumo é certo e errado,
   que o tempo que se tem
   é infinito em procuras,
   e que a eternidade é uma escolha
   para quem ousa acreditar.

   O homem aprisionado ao seu umbigo
   não saboreia frutas tenras,
   pois o medo o domina
   e o impede de voar.

2 comentários:

  1. Pobre homem que esqueceu de viver.
    Ainda bem que um bardo anunciou a sua existência aos quatro cantos.
    Parabéns, sempre, Naldo!
    Ab

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  2. Olá meu querido amigo....ainda bem que os poetas estão aprisionados ao coração e ao olhar observador da vida, pensamentos e sentimentos, pois assim transmitem ao mundo uma gama de emoções. Abreijos, guida

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