NALDOVELHO
A luz que brota do teu olhar
é como lâmina afiada
a fatiar minha carne
e me transforma num louco
a caminhar em círculos
até desfalecer.
O suor que brota dos teus poros
é como se fosse ácido
a penetrar em minha armadura
e queima a minha pele,
doce martírio de te querer!
O cheiro que brota do teu corpo
é perfume selvagem, é viagem
por caminhos estranhos, insanos,
e me transforma em indefesa presa,
caça acuada em martírio,
animal no cio, prazer.
A água que eu bebo nos teus lábios
é como se fosse veneno
que se espalha pelo meu corpo,
e me enfraquece pouco a pouco,
me transformando num escravo
e nada há que eu queira ou possa fazer.
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