NALDOVELHO
Foi como um clarão,
coisa assim surgida do nada,
que sem pedir licença,
invadiu meu quarto,
iluminou meu corpo,
afugentou sombras,
expôs feridas, tratou-as
e depois, desapareceu.
Mas deixou marcas,
provas, evidências,
na cama, nos lençóis,
nos travesseiros,
em meu corpo
e em meu coração.
E minha alma, hoje, apaziguada,
derrama palavras como água,
palavras que viram poemas,
que quem sabe um dia
também possam ser,
luzes surgidas assim do nada,
a invadir quartos, curar feridas...
Quisera assim possam ser!
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