sexta-feira, 14 de outubro de 2011

COISAS RARAS, PRESENTES (ARQUIVO)

   NALDOVELHO

   Trago em minhas mãos
   coisas raras, presentes,
   essência de alfazema,
   iguarias do mar,
   pedras preciosas,
   cristais reluzentes,
   de puro brilho e pureza
   para enfeitar-te ao luar.

   Trago um coração já cansado
   por muitas e pesadas escolhas,
   batalhas, perdas, vitórias
   por muitos caminhos, perigos,
   na busca incessante do abrigo.

   Trago o carinho dos tolos,
   a inocência da criança,
   a audácia dos amantes
   e a verdade dos poetas,
   pois minha nudez é coisa certa,
   garantia de que o que eu te oferto
   tem a transparência das águas
   e o frescor da brisa envolvente;
   é alimento, é fruto sadio,
   colhido em terras distantes,
   em tempos de andanças, errante.

   Faz tempo eu procuro teus braços,
   teu colo, teu corpo, um lar.

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