NALDOVELHO
De dia ou de noite, na rua ou em casa,
sentindo na boca o gosto de sangue,
sentindo mais forte o cheiro da morte
e o grito espetado qual farpa afiada,
e a vida escoando, fugindo de nós.
De dia ou de noite, a sede e a fome,
o punho fechado, a mão levantada,
a ameaça estampada, o ataque eminente.
o pranto da terra, o canto de guerra,
o medo, a tocaia, respirar eu preciso.
De dia ou de noite, no campo ou na cidade,
a revolta crescendo, o grito explodindo,
o cheiro de azedo, o aço cortando,
o fogo queimando a face do homem
na luta eterna entre o bem e o mal.
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