NALDOVELHO
Como dizer não quero
aquilo que tanto quero
e que por muito tempo
ansiosamente espero?
Como dizer não posso
às coisas que eu gosto?
Como domar o instinto
atiçado pelo amor que eu sinto?
Se tu me ofereces uma taça de vinho,
como romper meus vínculos,
e assim, abrir as janelas,
se são tantas os trincos,
cadeados, trancas, tramelas?
Já não sei se devo ou não devo
deliciar-me em teus seios,
misturar sabores, odores,
desvendar segredos, desejos?
Já não sei se resisto ou me entrego?
Se alguém perguntar eu não nego
o encanto que trago no peito,
o feitiço que me pôs deste jeito.
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