NALDOVELHO
Vidraça embaçada, janelas fechadas,
faz frio lá fora, águas de junho
me inundam por dentro.
O rádio ligado a mostrar que o tempo
está árido e cinzento lá no firmamento.
Cidade tão fria, ruas vazias,
poemas urgentes atropelam meu dia.
As letras destoam, palavras enjoam,
se irritam à toa e embora me doam,
são os meus sentimentos.
São versos paridos espremidos, aflitos,
são constrangimentos, guardados faz tempo.
A noite que chega, já não chove aqui dentro,
e uma lua vermelha se desespera e chora.
As janelas da casa já não estão mais fechadas,
o vento que sopra finaliza o outono,
outono de cânticos, de sonhos, de versos,
outono em mim.
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