segunda-feira, 24 de outubro de 2011

DOS DIZERES DESTA TAL DE BEATRIZ (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   Dedicado a poeta Beatriz Escórcio Chacon

   Poderosos, profusos, repletos,
   confessadamente dispostos 
   em prosas, contos, poemas,
   que por vezes se mostram indispostos,
   impacientes e perversos
   a nos mostrar cicatrizes,
   versos livres de algemas.
   Por contas de quais escolhas
   vocês se atrevem a nos seduzir?
   Quantas “Beatrizes” vocês estilhaçaram
   e quantas chegaram vivas até aqui?

   Só sei das bagagens verdades,
   por vivências, por muitas jornadas,
   do chicote trançado em seda,
   do fumo maduro e ardido,
   do vento que venta entranhas,
   visceral poética estranha
   que nos traz inquietudes tamanhas
   nos dizeres desta tal de Beatriz.

   Mas que diabo!
   E eu que pensei ser poeta,
   prosador ou coisa assim,
   quanto ainda vou ter que me fragmentar
   para conseguir tecer versos assim?
   Quanta coragem será preciso?
   para que eu possa obter a letra precisa
   que irá revelar a palavra contundente
   e gritada entre os dentes
   das verdades que eu trago comigo
   e que apenas revelam um poeta
   aprendiz do seu próprio porvir.

   Ensina pra gente o poema!
   Ensina pra gente o caminho, ensina?
   Revela o segredo dos versos,
   livres, inquietos, confessos,
   dos dizeres desta tal de Beatriz.

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