NALDOVELHO
Muitas verdades, tantas perguntas,
minhas procuras, minhas angustias.
Belos poemas não são teoremas.
Não deixe que a chama se apague em meus olhos,
não deixe que a cinza tome conta da casa,
não deixe que a esfinge devore a mulher.
Mantenho sempre a porta entreaberta,
não te abandono apesar da saudade,
quando arder te imagino almofada,
te aperto, te beijo, te coloco entre as pernas,
num verso, um orgasmo, o lençol todo molhado,
continuo excitado e não sei o que dizer!
Acendo um cigarro, e o que eu trago é amargo.
Só mesmo um bom tango define o que é ter
alguém do meu lado e ao mesmo tempo não ter.
De minha janela percebo a cidade,
já são quatro e meia, daqui a pouco amanhece.
Um belo poema às vezes machuca.
A tua ausência me deixa maluco,
se eu grito, estás longe e eu sei não me escutas.
Já são cinco horas, o sol se prepara,
o dia se assanha, a noite vai embora...
Quanta bobagem!
Foi só mais uma noite
e o jeito é começar tudo outra vez.
e o jeito é começar tudo outra vez.
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