Lentamente, a partir de um roçar de pernas, num olhar travesso, pupilas dilatadas, narinas afrontadas, gotas quentes de orvalho, na verdade, teu orvalho a brotar por todos os poros. E o fruto da peçonha a escorrer dos teus lábios, que assim tão moleques tocam os meus lábios... Meu Deus, quanto veneno!
Ofereço-te a carótida para que bebas do meu sangue, sirvo-te do meu corpo para que comas da minha carne, Banquete dos insanos!
Em minhas mãos teus seios, fartos, abusados, misturo-te aos meus pelos, enrosco-me aos teus pelos, rasgo tua roupa, insanidade é pouca, simbiose tão perfeita entre a água, a terra e o fogo, entre a rocha, o vento e o mar.
Vejo-te cavalgando meu corpo impunemente, rédea entre os dentes e a devastar minha mente, teus gritos, gemidos, penetram-me os ouvidos e ficam lá latentes, mas são como um presente que eu não posso recusar.
Do teu colo um olho d´água inunda o meu corpo, teu cheiro é uma marca, a marca da tigresa, que eu sei! nunca mais vai se apagar.
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