sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A UMA AMIGA POETA (ARQUIVO)

   NALDOVELHO

   Carece não minha amiga!
   Não precisa temer pelo poeta,
   ele é forte, um guerreiro, um asceta,
   pois mesmo que acidentado o caminho
   e ainda que sempre sozinho,
   ele há de sobreviver.

   Não tema pela sanidade dos meus versos,
   o poeta é um andarilho confesso,
   um ser ungido pelo destino,
   porta-voz de tantos lamentos,
   de tantas paixões e sofrimentos,
   um taumaturgo a curar toda a dor.

   Carece não minha amiga!
   Não tema pela dor que hoje eu sinto,
   ela é o alimento preciso
   a manter acesa a chaga
   que lateja em minhas entranhas
   para depois ser parida em versos
   que irão materializar muitos sonhos.

   Carece não minha amiga!
   Não tema por palavras que espetam,
   são teus os meus poemas,
   pois o amor que hoje eu sinto,
   não se contenta só com os meus versos,
   até por que também és poema, 
   mulher que se desnuda inquieta,
   que busca, que sofre e se move
   em busca da compreensão.

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