NALDOVELHO
Os lençóis, a cama,
a cortina entreaberta,
o travesseiro no chão,
a luz do abajur,
sombras, contornos...
Música ambiente...
Não aumente o volume,
melhor deixar como está.
Nossas roupas emboladas,
largadas num canto,
nossas pernas embaraçadas,
como quê, por encanto.
Onde estão os teus olhos?
Estes são os teus lábios!
Uma brisa suave,
madrugada que arde,
luz do sol que renasce
aqui dentro do quarto,
incendeia meu corpo
e me queima as entranhas.
Preciso fumar um cigarro,
refletir sobre o estrago.
Preciso também de um conhaque,
acordar por inteiro!
Já faz um bom tempo
que estamos aqui,
você me partindo ao meio
e eu querendo fugir.
Lembrei de repente
de uma música tão triste:
“uma saidera, muita vontade,
e uma leve impressão de que já vou tarde”.
Porra Chico!
Como você conseguiu encontrar a porta
e sair daquele lugar?
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