quarta-feira, 19 de outubro de 2011

LUZES (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   Velas acesas iluminam o altar,
   visão sombria da tua imagem,

   Teu corpo nu, martirizado, petrificado,
   quantas feridas, até hoje presentes,
   expostas na cruz.

   Velas acesas encomendam o passado,
   Teu corpo acabado pela morte tomado,
   resgate de uma história manchada de sangue.

   Velas acesas iluminam a história,
   Teu corpo morto estendido no chão,
   envolto num manto mortalha.

   Em torno da cena, lágrimas sentidas,
   tanto remorso, promessas veladas,
   tantas derrotas, segredos guardados.

   Velas acesas iluminam o cenário,
   a ira de Deus, mudança dos tempos,
   nos olhos descrentes o medo, o espanto,
   já faz tanto tempo e eu continuo aqui.

   São preces aflitas na busca do remédio
   que cure as chagas dos irmãos desvalidos,
   que aplaque a dor do irmão oprimido,
   que mude o cenário e nos traga a luz.

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