NALDOVELHO
Velas acesas iluminam o altar,
visão sombria da tua imagem,
Teu corpo nu, martirizado, petrificado,
quantas feridas, até hoje presentes,
expostas na cruz.
Velas acesas encomendam o passado,
Teu corpo acabado pela morte tomado,
resgate de uma história manchada de sangue.
Velas acesas iluminam a história,
Teu corpo morto estendido no chão,
envolto num manto mortalha.
Em torno da cena, lágrimas sentidas,
tanto remorso, promessas veladas,
tantas derrotas, segredos guardados.
Velas acesas iluminam o cenário,
a ira de Deus, mudança dos tempos,
nos olhos descrentes o medo, o espanto,
já faz tanto tempo e eu continuo aqui.
São preces aflitas na busca do remédio
que cure as chagas dos irmãos desvalidos,
que aplaque a dor do irmão oprimido,
que mude o cenário e nos traga a luz.
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