NALDOVELHO
As palavras que eu tento,
que eu teimo e proponho,
em versos expostos,
poemas que eu tramo,
são notas dissonantes
que eu teço assustado,
harmonias que o verbo
deixou de presente
e que volta e meia me invadem
ardentes, tão quentes,
a falar do amor
que eu sinto por você.
As palavras que eu tenho
são como imagens,
de matizes diversas,
estranhas, perversas,
a mostrar-me as entranhas,
inquietas, confusas
e a materializar os meus sonhos,
revelando segredos,
coisas que trago guardadas,
preciosas em mim.
As palavras que eu temo,
que eu calo, que eu nego,
revelam fraquezas,
ainda as trago comigo...
Revelam que o homem
ainda busca um abrigo,
revelam que o amor
que hoje eu consigo
é um pálido reflexo
do que tinha de ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário