NALDOVELHO
E eu me via, assim: vazio de dores,
e com muita esperança nas veias,
pronto para limpar o terreno,
preparar a terra, deixá-la propícia
para que seja erguido um templo
que simbolize uma nova era
que faz algum tempo ameaça chegar.
Depois, pé na estrada...
Um poeta não finca raízes,
não somos bons sacerdotes,
melhores andarilhos, seres apaixonados,
sempre dispostos a reescrever destinos;
bons para o semeio, nunca para as colheitas.
Hora de recomeçar!
E que seja em algum lugar bem distante.
Preparar a terra, semear com carinho,
frutos saborosos que possam alimentar pessoas,
pois só assim terá valido a pena
ter sido um poeta, um buscador.
Só assim terá valido a pena,
este jeito de viver.
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