sábado, 29 de outubro de 2011

PÁLIDO REFLEXO (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   As palavras que eu tento,
   que eu teimo e proponho,
   em versos expostos,
   poemas que eu tramo,
   são notas dissonantes
   que eu teço assustado,
   harmonias que o verbo
   deixou de presente
   e que volta e meia me invadem
   ardentes, tão quentes,
   a falar do amor
   que eu sinto por você.

   As palavras que eu tenho
   são como imagens,
   de matizes diversas,
   estranhas, perversas,
   a mostrar-me as entranhas,
   inquietas, confusas
   e a materializar os meus sonhos,
   revelando segredos,
   coisas que trago guardadas,
   preciosas em mim.

   As palavras que eu temo,
   que eu calo, que eu nego,
   revelam fraquezas,
   ainda as trago comigo...
   Revelam que o homem
   ainda busca um abrigo,
   revelam que o amor
   que hoje eu consigo
   é um pálido reflexo
   do que tinha de ser.

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