sexta-feira, 14 de outubro de 2011

DE DIA OU DE NOITE (ARQUIVO)

   NALDOVELHO

   De dia ou de noite, na rua ou em casa,
   sentindo na boca o gosto de sangue,
   sentindo mais forte o cheiro da morte
   e o grito espetado qual farpa afiada,
   e a vida escoando, fugindo de nós.

   De dia ou de noite, a sede e a fome,
   o punho fechado, a mão levantada,
   a ameaça estampada, o ataque eminente.
   o pranto da terra, o canto de guerra,
   o medo, a tocaia, respirar eu preciso.

   De dia ou de noite, no campo ou na cidade,
   a revolta crescendo, o grito explodindo,
   o cheiro de azedo, o aço cortando,
   o fogo queimando a face do homem
   na luta eterna entre o bem e o mal.

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