quinta-feira, 13 de outubro de 2011

FORASTEIRO (ARQUIVO)

   NALDOVELHO

   Passei a noite
   em busca de um pouso,
   um caminho, uma porta,
   mesmo estreita, não importa.

   Por um descuido
   me perdi nesta cidade,
   por mais que doe
   lembro bem da sua boca
   a alimentar a minha boca.

   Em minhas malas
   muitos sonhos, pouca roupa,
   madrugada corre solta
   e o sol já vai chegar.

   Quem sabe então a luz do dia ilumine
   e as pessoas que se importam
   possam então abrir as portas.

   Queria tanto conhecer esta cidade
   e as pessoas que aqui moram,
   consolar todos que choram.

   Pra trilhar outros caminhos,
   é preciso se perder,
   pra encontrar outros carinhos,
   é preciso compreender
   que somos todos forasteiros
   a procura de um lar.

   E que é preciso ter cuidado,
   não importa o que se faça,
   todo rumo é certo e errado
   e não adianta desistir,
   para deixar a luz entrar,
   é preciso abrir a porta,
   é preciso acreditar!

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