sexta-feira, 14 de outubro de 2011

EM BUSCA DA PAZ (ARQUIVO)

   NALDOVELHO

   Sou coração inquieto e sempre, e sempre, insurreto,
   sou o que restou da luta entre o vento e o deserto,
   sou coisa sem dono, sem rumo e sem trilho
   e o meu mundo é um sonho sem começo e sem fim.

   Quando olho o distante não meço o perigo,
   e o meu tempo é o eterno vagar sem abrigo.
   Meu caminho é de pedras, cascalhos, rochedos,
   sou espírito que tropeça e se ergue sem medo,
   sou a razão e a loucura, sou a libertação!

   Não sou um poeta na flor dos meus ais, 
   materializo apenas o que vivo e teimo
   e a minha memória é o registro sagrado
   do aprendizado que a existência me traz.

   Sentimento nostálgico que invade a tarde,
   sou erva ardida que cura a ferida,
   sou alma guerreira, meu anjo que o diga!

   Quando eu canto, meu canto é um grito,
   um alerta, um brado, um chamamento ao aflito,
   pois é sina do homem caminhar em vertentes,
   inundar a planície, germinar a semente,
   transformar o hostil no fértil ao semeio
   e é assim que eu caminho, penso e creio,
   crescer na existência e encontrar a paz.

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