NALDOVELHO
Vou te contar um
segredo, um que nunca contei a ninguém: já faz algum tempo, num desses sonhar
acordado, alguém que sequer sei o nome, à cabeceira de minha cama, falou de uma
viagem para uma terra distante, bem depois do horizonte e a essa terra ele chamava
de Grande e Eterno Oriente.
Dizia ser esse um
lugar de muita magia, onde todas as coisas conviviam na mais perfeita harmonia
e que por lá o sol jamais jorrava ardente, sendo apenas e tão somente um
bálsamo de vida, fonte de energia e calor. E a chuva que por lá caia, era
sempre e só o suficiente para germinar sementes, alimentar a terra e as
nascentes, e saciar a sede do povo daquele lugar. Dizia que o vento ali ventava
macio e aveludado, quase uma carícia, uma dádiva do Criador.
Falou-me, então, do nascer
e do pôr do sol, tão bonitos quanto os daqui, mas que lá poderíamos percebê-los
em outros e maravilhosos matizes que por enquanto, por sermos ainda aprendizes,
nossos olhos não conseguiriam ver.
Falou-me das noites
de lua e que a sua luz ainda é fonte de tantos e profundos romances;
descreveu-me um céu tomado de estrelas e que por lá não são tão distantes e que
como cristais cintilam a energizar as pessoas, mantendo os males distantes e
curando os recém-chegados, viajantes de outras terras, errantes que em busca de
aconchego e repouso têm o mérito de por ali aportar.
Contou-me, com um
sorriso nos olhos, que é comum encontrarmos crianças, verdadeiros anjos, tão
belos, a brincar pelas ruas e praças, brincadeiras que nos falam a lembrança;
promessas de uma existência mais terna, de um tempo de maior delicadeza que
certamente um dia, cada um de nós vai merecer vivenciar.
Falou-me também e de
forma veemente, de muitos músicos, poetas, pintores, todos os tipos de
artistas; tantos que fica até difícil enumerar. Quantas luzes, quantos mestres
que por aqui passaram e que hoje de lá buscam nos inspirar.
Sabe aquele segredo,
do início da história? Pois é, ele me confidenciou que lá por existem muitas
escolas e que eu já estou matriculado, nas primeiras séries, é claro! Quero um
dia ser músico, poeta e pintor, eu já venho treinando e treinando...
Disse-me, finalmente,
que nos idos de um mês de outubro, quase no início de um novembro chuvoso eu
viajaria para lá. Ele só não me disse o ano e me mandou ter paciência, continuar
a viver e a aprender e que assim como, existe uma hora certa de chegar, também
haverá uma de partir e que nesse dia ele aqui estará para me abraçar.
Também já li que vou pra lá.
ResponderExcluirQue estou em aprendizado.
Mas é bem melhor ouvir. Privilégio de poucos.
A mim ditaram-me a data: que alívio, estava errada!
Muito bonito à luz do Espiritismo Cristão!
Parabéns, Naldo!
rosangelaSgoldoni
Lindo Naldo! sua prosa poética é de um sutileza maravilhosa, inebriante! faz a gente viajar nas suas palavras.
ResponderExcluir