domingo, 13 de janeiro de 2013

UM SEGREDO - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS


NALDOVELHO

Vou te contar um segredo, um que nunca contei a ninguém: já faz algum tempo, num desses sonhar acordado, alguém que sequer sei o nome, à cabeceira de minha cama, falou de uma viagem para uma terra distante, bem depois do horizonte e a essa terra ele chamava de Grande e Eterno Oriente.

Dizia ser esse um lugar de muita magia, onde todas as coisas conviviam na mais perfeita harmonia e que por lá o sol jamais jorrava ardente, sendo apenas e tão somente um bálsamo de vida, fonte de energia e calor. E a chuva que por lá caia, era sempre e só o suficiente para germinar sementes, alimentar a terra e as nascentes, e saciar a sede do povo daquele lugar. Dizia que o vento ali ventava macio e aveludado, quase uma carícia, uma dádiva do Criador. 

Falou-me, então, do nascer e do pôr do sol, tão bonitos quanto os daqui, mas que lá poderíamos percebê-los em outros e maravilhosos matizes que por enquanto, por sermos ainda aprendizes, nossos olhos não conseguiriam ver.

Falou-me das noites de lua e que a sua luz ainda é fonte de tantos e profundos romances; descreveu-me um céu tomado de estrelas e que por lá não são tão distantes e que como cristais cintilam a energizar as pessoas, mantendo os males distantes e curando os recém-chegados, viajantes de outras terras, errantes que em busca de aconchego e repouso têm o mérito de por ali aportar.

Contou-me, com um sorriso nos olhos, que é comum encontrarmos crianças, verdadeiros anjos, tão belos, a brincar pelas ruas e praças, brincadeiras que nos falam a lembrança; promessas de uma existência mais terna, de um tempo de maior delicadeza que certamente um dia, cada um de nós vai merecer vivenciar.

Falou-me também e de forma veemente, de muitos músicos, poetas, pintores, todos os tipos de artistas; tantos que fica até difícil enumerar. Quantas luzes, quantos mestres que por aqui passaram e que hoje de lá buscam nos inspirar.

Sabe aquele segredo, do início da história? Pois é, ele me confidenciou que lá por existem muitas escolas e que eu já estou matriculado, nas primeiras séries, é claro! Quero um dia ser músico, poeta e pintor, eu já venho treinando e treinando...


Disse-me, finalmente, que nos idos de um mês de outubro, quase no início de um novembro chuvoso eu viajaria para lá. Ele só não me disse o ano e me mandou ter paciência, continuar a viver e a aprender e que assim como, existe uma hora certa de chegar, também haverá uma de partir e que nesse dia ele aqui estará para me abraçar.

2 comentários:

  1. Também já li que vou pra lá.
    Que estou em aprendizado.
    Mas é bem melhor ouvir. Privilégio de poucos.
    A mim ditaram-me a data: que alívio, estava errada!
    Muito bonito à luz do Espiritismo Cristão!
    Parabéns, Naldo!
    rosangelaSgoldoni

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  2. Lindo Naldo! sua prosa poética é de um sutileza maravilhosa, inebriante! faz a gente viajar nas suas palavras.

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