sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

DEUS ABENÇOE A POESIA (ARQUIVO)


    NALDOVELHO

   Deus abençoe a poesia,
   pois ela é mar, é lua,
   é sorriso que tanto preciso,
   é lágrima que escorrega vadia
   nos momentos de nostalgia,
   é canto de sereia,
   é memória que incendeia,
   é revelação!
   É quem ao atiçar-me o medo,
   me expõe à coragem
   de seguir nesta louca viagem
   de desterro e solidão.

   Deus abençoe a poesia
   que adormece, desperta e sofre,
   se debate, envelhece e se mata
   em busca da libertação.
   E que por ter profanado
   os mais guardados segredos,
   e revelado os mais sagrados mistérios,
   tornou-se uma condenada
   a viver entre a benção e a maldição.

   Deus abençoe a poesia,
   depositária de tantas emoções,
   e ainda que fragmentada,
   dolorida e violentada,
   é o caminho e o atalho,
   é a urgência e a demência,
   é a colheita e a consequência,
   a mostrar coração e mente 
   em luta feroz e freqüente
   para manter portas e janelas abertas
   e assim exigir da vida
   coisas que nos levem a reflexão.

   Deus abençoe a poesia
   do controverso e da inquietude
   que transmuta dor em poemas,
   e ainda que brotem tristes,
   é o nosso relicário sagrado
   a levar-nos a compreensão.

Um comentário:

  1. Deus abençoa e sempre abençoará a poesia, Naldo Velho, a poesia é de Deus, inspiração que vem diretamente dEle pra nós concretizarmos no papel, na tela, onde for. Feliz 2013, amigo!

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