quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

NASCENTE (ARQUIVO)


    NALDOVELHO

   É com se fosse tempestade
   que açoita o mar inclemente,
   que varre pra longe a calmaria
   e desentranha a poesia
   que trago guardada, latente.

   É como clarão de lua cheia
   que seduz no mar a sereia,
   que liberta o poeta das correntes
   e faz jorrar em vertentes,
   águas de cheiros tão quentes.

   É como pensamento que brota
   rebelado e impunemente,
   magia que não pode ser desfeita
   e que abusadamente transforma
   no ventre de um ser a semente.

   É como água em sua nascente,
   orvalho que purifica a alma,
   estrela tardia e matutina
   que mostra ao poeta que chora
   que sempre valerá a pena!

   É vida que jorra sem cessar.

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