NALDOVELHO
É com se fosse tempestade
que açoita o mar inclemente,
que varre pra longe a calmaria
e desentranha a poesia
que trago guardada, latente.
É como clarão de lua cheia
que seduz no mar a sereia,
que liberta o poeta das correntes
e faz jorrar em vertentes,
águas de cheiros tão quentes.
É como pensamento que brota
rebelado e impunemente,
magia que não pode ser desfeita
e que abusadamente transforma
no ventre de um ser a semente.
É como água em sua nascente,
orvalho que purifica a alma,
estrela tardia e matutina
que mostra ao poeta que chora
que sempre valerá a pena!
É vida que jorra sem cessar.
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