quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

APENAS UMA MULHER (ARQUIVO)


    NALDOVELHO

    Palavras encadeadas, entrelaçadas,
    bordadas em versos sem rimas, poemas,
    a revelar amores, fantasias e sonhos,
    a mostrar sem pudores um ser que se abre,
    apenas uma mulher!

    Perfume suave, olhar desafiador,
    apesar dos medos, temores,
    apesar das muitas faces, disfarces,
    camuflagens, peçonha.

    Seu veneno é cura, cicatriza meus cortes,
    mas abre novas feridas, o que se há de fazer!?
    Ainda guardo seu retrato na cabeceira da cama.

    Vejo-a, assim, meio esfinge,
    que por ter a coragem de mostrar-se inteira,
    revelou-se um enigma, um jogo de enganos,
    que pobre de mim, ainda menino,
    não consegue entender.

    Ainda bem que o tempo é cúmplice e comparsa,
    quem sabe um dia eu aprenda a ser digno de você.

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