NALDOVELHO
Palavras encadeadas,
entrelaçadas,
bordadas em
versos sem rimas, poemas,
a revelar
amores, fantasias e sonhos,
a mostrar sem
pudores um ser que se abre,
apenas uma
mulher!
Perfume suave,
olhar desafiador,
apesar dos
medos, temores,
apesar das muitas
faces, disfarces,
camuflagens,
peçonha.
Seu veneno é cura,
cicatriza meus cortes,
mas abre novas
feridas, o que se há de fazer!?
Ainda guardo seu
retrato na cabeceira da cama.
Vejo-a, assim,
meio esfinge,
que por ter a
coragem de mostrar-se inteira,
revelou-se um
enigma, um jogo de enganos,
que pobre de
mim, ainda menino,
não consegue
entender.
Ainda bem que
o tempo é cúmplice e comparsa,
quem sabe um
dia eu aprenda a ser digno de você.
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